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Eu estava no restaurante da faculdade, trabalhando duro em algumas pesquisas enquanto o prato de comida esfriava ao meu lado. Eu tentava me concentrar, mas não conseguia. A tarde que passei com Cate ainda estava na minha mente, então aí vieram meus pensamentos novamente em um ciclo sem fim. Eu não conseguia tirá-la da cabeça, não que quisesse, mas isso estava interferindo na minha concentração, como sempre. Me sentia tão nervosa e meu coração batia tão rápido com a lembrança de ontem.

Quando Elena finalmente apareceu, foi como se ela tivesse quebrado o feitiço e eu me lembrasse de onde estava agora. Ela se sentou ao meu lado.

— Ei, você está bem? — ela perguntou, sua voz era gentil, doce e parecia que queria me acalmar de alguma forma.

— Sim, estou. — meu tom sai desanimado.

— Eu não sou cega. Eu sei que há algo acontecendo com você. — ela disse, com uma voz calma e doce. Parecia que ela queria estar lá comigo e me ajudar de qualquer maneira possível. Elena me olhou e tinha uma expressão curiosa e simpática nos olhos. — O que está em sua mente? — seu tom ainda era doce e gentil.

— Catherine. — ela estava tomando um suco e parou quando ouviu minha resposta. Ela olhou para mim, com uma expressão confusa nos olhos.

— Bem, pela sua cara, eu não imaginava que a resposta seria essa. O que tem ela? — perguntou, tentando entender. Sua voz era calma, mas curiosa. Ela estava esperando uma explicação, mas foi paciente.

— Estou pensando em ontem. Eu estava com ela na aula de piano, como todas as terças, e... Bem, você sabe. — ela acenou com a cabeça, sabendo exatamente o que eu estava insinuando. Ela ficou em silêncio, esperando eu continuar. — Allyson quase nos viu. — ela não esperava que eu dissesse isso e ficou um pouco surpresa.

— O que você quer dizer exatamente? Conte-me tudo. — ela disse, desta vez seu tom foi mais curioso.

— Ela devia estar na casa de uma amiga, mas chegou mais cedo do que o previsto. Nós estávamos no sofá nesse momento. — eu respiro fundo. — Acho que o que quero dizer é que estou com medo de que ela saiba de alguma coisa. — faço uma pausa. — Elena, se ela souber desse caso que estou tendo com a mãe dela, temo que as coisas não sejam agradáveis.

— Mas o que faz você pensar que ela sabe de alguma coisa? — perguntou, curiosa e preocupada. Havia alguns sinais que indicavam que Allyson poderia saber o que estava acontecendo, e agora, neste momento, era muito difícil para eu negar. Se Allyson realmente soubesse o que Cate e eu estávamos fazendo, as coisas poderiam começar a dar muito errado, muito rapidamente.

— Bem, Allyson não é estúpida, muito pelo contrário. E parece que ela está me evitando, não sei. Estou sendo paranóica?

— Não. Não, você não está sendo paranóica. Pelo menos não completamente. — ela disse, seu tom era calmo e doce, mas um pouco tenso. — Há essa sensação de que ela sabe, e você pode estar certa. Allyson é inteligente, como você disse, e ela pode ter percebido. — ela parou por um momento. Eu estava começando a ficar ansiosa, então comecei a roer as unhas. — Posso te perguntar uma coisa? — eu acenei. — Você acha que ela poderia contar ao pai? — Elena perguntou baixinho, sua voz suave e com certa preocupação. Foi aí que as coisas começaram a ficar mais intensas.

— Quê? Por que ela faria isso? Cate é separada há anos.

— Mas se ela soubesse, não sei o que ela faria ou não. Estou preocupada que ela conte ao pai, e se ele descobrir alguma coisa... não sabemos como ele reagirá. — eu ainda estava tentando manter a calma, mas não conseguia evitar a preocupação agora. Fiquei em silêncio por um tempo.

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