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Sentada no sofá do meu apartamento, olho fixamente pela janela, mas meus pensamentos estão longe. Aquela discussão com Cate ainda ecoa em minha mente, cada palavra como uma ferida que se recusa a cicatrizar. O que deu em Cate para agir daquela maneira? Por que ela falou com tanta dureza e insensibilidade? As lágrimas que escorreram pelo meu rosto no caminho para casa já secaram, deixando um leve inchaço nos olhos e um peso no coração. Me sinto perdida, magoada e acima de tudo, confusa sobre o que fazer a seguir.

Por um lado, há o desejo de confrontar Cate, exigir uma explicação para suas palavras cruéis. Por outro, uma parte de mim ainda a ama e quer acreditar que ela não quis me machucar daquela forma. Mas como posso voltar atrás depois do que ela disse? A confiança foi abalada, e não sei se consigo simplesmente ignorar tudo isso e voltar ao que éramos antes. Permaneço ali, perdida em meus pensamentos, sem encontrar uma solução clara para essa bagunça emocional.

Ao ouvir os passos de Elena se aproximando, viro-me para olhá-la, tentando disfarçar o rastro de lágrimas que ainda manchava meu rosto. Ela para na minha frente, me estendendo uma bebida quente. Aceito a xícara de chá com um leve agradecimento e sorrio fracamente para ela, tentando parecer mais calma do que realmente estou. O calor reconfortante do chá nas minhas mãos é reconfortante, mas não o suficiente para acalmar a tempestade dentro de mim.

Elena se senta ao meu lado no sofá, observando-me com preocupação evidente em seu rosto. Apesar de tentar disfarçar, sei que não estou conseguindo esconder o quanto estou abalada.

— Eu não acredito que ela fez isso com você — ela murmura, se recostando. Suspiro, sentindo o peso da situação mais uma vez.

— Eu também não… — minha voz sai quase como um sussurro, carregada de frustração e tristeza. Elena me olha com uma expressão de compaixão.

— Você quer conversar sobre isso? — ela oferece, colocando a mão no meu joelho em um gesto reconfortante. Eu balanço a cabeça lentamente, incapaz de encontrar palavras para expressar toda a confusão e dor que estou sentindo no momento. Apenas tomo um gole do chá quente, apreciando o conforto momentâneo que ele proporciona. Permaneço em silêncio por um tempo, perdida em meus pensamentos turbulentos. Finalmente, decido compartilhar um pouco do que estou sentindo com ela.

— Eu só não entendo... — minha voz soa um pouco rouca, então faço uma pausa para limpar a garganta. — Nós estávamos tão bem, e de repente... tudo desmoronou. Eu não sei o que fazer. — Elena me olha com compaixão, colocando a mão em meu ombro agora.

— Às vezes, as coisas mudam sem aviso prévio, S/n. Talvez seja só uma fase difícil e vocês possam superar juntas.

— E se não for esse o caso? E se não conseguirmos superar isso? — pergunto, olhando para ela com uma expressão preocupada. Ela me olha nos olhos com seriedade.

— Se não for isso, você vai se adaptar. Você é forte. E mesmo que as coisas mudem, você vai encontrar o seu caminho. E estarei aqui para apoiá-la, não importa o que aconteça.

— Mas eu a amo… — acrescentei, deixando escapar um suspiro carregado de emoção, enquanto meus pensamentos se perdiam na incerteza do futuro.

— Eu sei. E talvez, com o tempo, ela perceba isso também. Mas, olha, o amor não deve nos fazer sofrer. Se ela realmente te ama, vai encontrar uma maneira de consertar as coisas. Se não, então você merece alguém que te ame sem hesitação. Às vezes, precisamos tomar decisões difíceis pelo nosso próprio bem-estar. — fico em silêncio, perdida em meus pensamentos, ponderando sobre a possibilidade de seguir em frente sem Catherine ao meu lado. As lágrimas começam a surgir novamente, e eu me sinto completamente desolada. — Não chore. Se você chorar, eu também vou chorar. — Elena diz, aconchegando minha cabeça em seu ombro.

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