Be Mine

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C A T E    B L A N C H E T T

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— Droga! — resmungo enquanto saio do prédio, frustrada com a situação. O encontro promissor transformou-se em um emaranhado de confusões. O que diabos aconteceu?

Entro no carro, tentando entender a reviravolta inesperada. Ligo o motor e dirijo pela cidade, perdida em meus próprios pensamentos. A irritação persiste enquanto tento processar o que acabou de acontecer. Será que ela está sempre tão enrolada com a amiga? É assim que os encontros dela costumam terminar? Essa não era a noite que eu planejei.

Decido ligar o rádio, tentando afastar a frustração. Dirijo pela cidade, tentando deixar para trás a confusão naquele apartamento. Cruzo a cidade, passando pelas ruas iluminadas pelo neon das lojas e os carros que passam apressados. A música na rádio oferece um breve refúgio da confusão que paira em minha mente. Ao chegar em casa, desligo o carro e permaneço sentada por um momento. Suspiro profundamente, tentando libertar a tensão que se acumulou durante a noite. Tudo começou tão bem, mas agora, sinto-me como se estivesse em um beco sem saída.

Decido que preciso de um tempo para mim mesma, longe das complicações que surgiram. Entro em casa, tirando os sapatos enquanto minha mente repassa os acontecimentos da noite.

— Mãe? — Allyson, que estava na sala, disse. — Voltou cedo. — a surpresa ressoa em sua voz, revelando que minha chegada inesperada despertou questionamentos e curiosidade.

— Sim, Ally. As coisas não ocorreram como o esperado, então decidi voltar para casa mais cedo. — respondo, tentando manter uma expressão neutra.

— O que aconteceu? — ela pergunta, preocupada.

— Vamos deixar isso para outra hora, está bem? Agora, eu só preciso de um momento de tranquilidade. — dou um leve sorriso, querendo tranquilizá-la, mesmo que meu interior esteja agitado.

Allyson assente, compreensiva, e eu subo as escadas em direção ao meu quarto. O silêncio do meu refúgio é bem-vindo, e sento-me na beirada da cama, refletindo sobre a noite turbulenta. Eu desbloqueio meu celular e vejo algumas mensagens de Hernández. Ela parece preocupada, e isso me faz perceber que eu talvez tenha sido impulsiva em minha reação.

— Droga, Hernández. — murmuro para mim mesma. Eu respiro fundo, decidindo responder mais tarde. Agora, preciso de um momento para organizar meus pensamentos e entender tudo isso. A noite prometia ser especial, mas acabou sendo um turbilhão de emoções.

Ao me jogar na cama, sinto o peso do dia sobre meus ombros. O colchão macio oferece um alívio momentâneo, mas a confusão emocional persiste. Fecho os olhos, tentando processar tudo o que aconteceu, enquanto a respiração irregular reflete a tensão que ainda paira no ar. A noite, que começou cheia de expectativas, agora se transforma em reflexões silenciosas no conforto do meu quarto.

Ainda sinto o eco do desejo e da excitação, uma presença persistente que se mantém nas sombras do meu pensamento. Mesmo com a confusão e as circunstâncias inesperadas, a faísca entre nós não se apaga completamente. A lembrança do toque, dos beijos e das sensações provocantes ecoavam, criando uma atmosfera carregada de tensão e desejo não resolvido. É como se uma chama tênue continuasse a dançar, reacendendo pensamentos que, por enquanto, escolho deixar em segundo plano. O quarto silencioso parece amplificar essas sensações, deixando-me em um estado de contemplação noturna.