Ao acordar na manhã seguinte, sinto-me um pouco atordoada. Lembro-me da noite anterior, quando Cate me ligou enquanto estava claramente sob a influência do álcool. Sua voz soava diferente, carregada de emoção e confusão. As palavras desorganizadas que trocamos me deixam inquieta. Preocupo-me com ela, mas também me sinto magoada por não saber o que está acontecendo. Levanto-me da cama e vou até o banheiro, tentando reunir meus pensamentos. Não sei se devo confrontá-la sobre a ligação ou apenas fingir que nada aconteceu.Enquanto me arrumo para o dia, a sensação de desconforto persiste. Não consigo evitar pensar em Cate e em como nossa relação mudou nos últimos dias. Será que ela está bem? Será que deveria tentar entrar em contato com ela novamente? Essas perguntas ecoam em minha mente. Decido enviar uma mensagem para ela, mesmo que ainda esteja incerta sobre como abordar a situação. Digito algumas palavras, apagando e reescrevendo várias vezes, tentando encontrar o equilíbrio entre expressar minha preocupação e respeitar seu espaço.
“Oi, Cate. Recebi sua ligação ontem à noite, mas você estava meio... alterada. Está tudo bem? Quer conversar?” Depois de revisar a mensagem várias vezes, finalmente pressiono enviar e coloco o celular de lado.
Ao sair de casa, ainda carregando as preocupações do encontro anterior com Cate, tento me concentrar no dia que tenho pela frente. Caminho até a parada de ônibus, cumprimentando alguns vizinhos pelo caminho, mas minha mente está em outro lugar. Enquanto o ônibus se aproxima, sinto um misto de alívio por poder me distrair com outras coisas e uma pontada de ansiedade sobre como será o dia na faculdade. Não sei se verei Catherine hoje ou se ela estará evitando-me, como parece ter feito ultimamente. Essa incerteza só aumenta minha inquietação.
Durante a viagem de ônibus, tento me concentrar em outras coisas, como as músicas que estão tocando nos meus fones de ouvido. Mas é difícil não pensar nela e em como nossa relação mudou tão rapidamente. Será que as coisas voltarão ao normal? Ou será que teremos que enfrentar desafios ainda maiores no futuro?
Ao chegar ao campus, o movimento habitual de estudantes e professores me lembra que a vida continua, mesmo que eu esteja passando por momentos de incerteza. Respiro fundo e decido que preciso lidar com as coisas uma de cada vez. Caminho em direção à minha primeira aula, tentando manter a cabeça erguida e o foco no que precisa ser feito. Mas, enquanto passo pelos corredores, não posso deixar de olhar ao redor, esperando talvez avistar Cate e ter alguma resposta para minhas perguntas não respondidas. Ao entrar na sala, sou recebida pelos cumprimentos dos colegas e pelas tarefas que aguardam minha atenção. Durante a aula, tento me concentrar no conteúdo e nas interações, deixando de lado, pelo menos temporariamente, as preocupações.
À medida que a aula avança, percebo que é um desafio manter o foco, mas não me importo tanto, especialmente considerando que todas as provas já passaram e estamos nos últimos dias de aula. Apesar de estar presente fisicamente na sala de aula, minha atenção é constantemente desviada pelos pensamentos sobre ela. As palavras dos meus colegas e o conteúdo das atividades parecem distantes, obscurecidos pela preocupação que domina meus pensamentos. É como se estivesse presa em um ciclo de preocupação constante, incapaz de escapar da ansiedade que me consome. Cada vez que meu celular vibra, meu coração dispara com a esperança de que seja uma mensagem de Cate, mas a decepção logo se instala quando percebo que não é. A sensação de impotência diante da situação é avassaladora, e sinto-me incapaz de fazer algo para ajudá-la ou para entender o que está acontecendo.
Decido sair da sala de aula por um momento, pois a agonia que me consome parece insuportável. Levanto-me silenciosamente da minha cadeira, sentindo-me como se estivesse sufocando sob o peso das minhas preocupações. Caminho até a porta, tentando passar despercebida por todos, mas minha mente está em tumulto, e estou certa de que minha angústia é palpável. Assim que estou fora da sala de aula, permito-me respirar profundamente, tentando acalmar os pensamentos que parecem dançar freneticamente em minha mente. Fecho os olhos por um momento, deixando-me envolver pelo silêncio reconfortante do corredor vazio. No entanto, mesmo na quietude, a sensação de inquietação persiste, como um zumbido constante que ressoa nos recessos da minha mente.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Be Mine
FanfictionNum enredo permeado por uma confusão de sentimentos, S/n Hernández percebe que sua paixão pela professora de física, Cate Blanchett, transcende os limites de um simples crush, desencadeando uma série de eventos que viram suas vidas de cabeça para ba...