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— S/n. — Allyson chamou minha atenção. — Ainda está assustada por minha mãe ter escutado o que disse? Você está mais quieta do que o normal. — eu estava. Estava preocupada com o que ela pudesse fazer.

— Estou. Também estou sentindo que não parou por aí. Sua mãe tem cara de ser bem rancorosa.

— É... Um pouco, sim.

— Sua mãe é assustadora.

— Disse que ela era gostosa e irritante.

— Ela é gostosa, irritante e assustadora.

— Cuidado. — ela riu.

— Não sei como ela não surgiu do chão outra vez. — falei, olhando a minha volta.

— Está chamando a minha mãe de diabo?

— Estou. — Cate era. Em pessoa. O diabo havia tomado uma forma atraente, sedutora e elegante para me arrastar para o inferno com ele.

— Você tem sorte que eu não digo nada para ela.

— Você não falaria, porque ainda precisa de uma amiga viva. De uma companheira que te escute. — falei, dando beijinhos na sua bochecha. Ela me empurrou de leve, rindo igual a mim.

Vi Cate passando um pouco mais longe de nós, mas o suficiente para ver o seu olhar em mim. Não era o normal ver ela por aqui nessa hora.

— O que foi? Parece que viu um fantasma. — Ally falou depois de ver a minha mudança rápida de expressão.

— Vi sua mãe. O que é pior. — o olhar de Cate ainda parecia ser repleto de raiva e sede de vingança. Talvez um pouco exagerado da minha parte, mas parecia. Era como se ela estivesse apenas esperando eu cometer qualquer erro.

— Tudo bem, já chega de falar mal da minha mãe. — eu dei uma curta risada. — Vai na minha casa hoje?

— É melhor não. Acho melhor ficar longe do território hostil por um tempo.

— Pensei que podíamos fazer alguma coisa divertida juntas. — diz Ally, empurrando de leve o meu ombro.

— Você também pode ir na minha casa. — o que seria melhor, não precisava lidar com Cate lá.

— Estou com preguiça.

— Certeza? Ou isso tudo é para me fazer ir até lá?

— Os dois. — sorriu divertida. O sorriso lembrava o diabólico de Cate. E, só de pensar naquele momento na aula dela, me dá arrepios.

— Tudo bem, eu vou. A sua mãe não sai do escritório mesmo. — se bem que, o universo pode fazer pegadinhas, como ontem.

Admito que fiquei aliviada por não ter aula com ela hoje, isso também significava que eu não iria me encontrar com ela por aí (a não ser ter visto ela passeando aqui). Acho que ela estava em outro andar, ou algo do tipo. Então, passei o resto do meu dia mais tranquila, sem olhar por cima do meu ombro a cada cinco minutos.

Mas isso mudou quando cheguei na casa de Ally. Deveria tomar mais cuidado, de preferência, a evitar. Precisava agir como um fantasma por ali, e estava desejando que ela continuasse presa em seu escritório como sempre foi. Eu andava pisando manso, queria escutar qualquer barulho que indicava que ela poderia aparecer ali.

Minhas idas ao banheiro foram reduzidas para apenas uma vez e com muita cautela. Minha voz estava mais baixa do que o normal e eu estava atenta (o que era novidade).

Depois de algumas horas, nós duas apenas estávamos deitadas na cama mexendo no celular. Isso era a "coisa divertida" que faríamos juntas.

— Estou com fome.

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