Be Mine

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C A T E    B L A N C H E T T

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Eu estava em casa, pensando em tudo o que aconteceu, mas ainda com uma expressão neutra (como sempre). Meu ex-marido, David, um homem de estatura mediana, cabelos loiros, olhos azuis, estava na minha sala, sentado confortavelmente no sofá assistindo TV. Uma cena que eu pensei que jamais veria outra vez. Mas ele havia conseguido o meu número e me mandado uma mensagem quando eu estava na faculdade, dizendo que queria me encontrar esta tarde, o que arruinou todos os meus planos, é claro. Porém, por curiosidade e preocupada que fosse algo importante, eu aceitei.

Entrei na sala depois de passar alguns minutos na cozinha, vestindo algo mais confortável do que aquela roupa formal do trabalho mais cedo, eu estava cansada e tinha aquele olhar ligeiramente preocupado no rosto. Caminhei até ele e o entreguei uma xícara de café, em silêncio. Ele me agradeceu, porém havia um pouco de constrangimento na sala agora.

Meus pensamentos estavam correndo soltos, enquanto eu tentava estar preparada para tudo o que poderia acontecer nesta conversa. Me sentei no sofá ao lado do que ele estava. Permaneci em silêncio por um momento, tentando descobrir o que dizer primeiro, foi difícil. Eu estava tentando descobrir se ele realmente queria iniciar uma conversa ou me deixar desconfortável. Neste momento, eu queria saber o que ele queria ou se queria algo de mim.

— Então, o que faz você se sentir tão confortável na minha casa? — digo, meu tom era sério, mas havia um toque de curiosidade nele.

— Bem, morei aqui por vários anos. — ele diz, depois de tomar um gole da bebida.

Eu apenas fiquei lá, processando a resposta dele. Isso podia ser verdade, mas agora era estranho vê-lo ali. Ele era um estranho. Eu simplesmente não entendia por que ele tinha vindo até minha casa, por que ele estava agora tão confortável ali.

— Certo. — digo rapidamente, minha voz ainda suave e com um pouco de sarcasmo. Eu desliguei a TV e olhei para ele, dava para ver que eu estava tentando ler suas expressões. — Mas não estamos mais casados, estamos? — perguntei, ainda olhando para o rosto dele. Meu tom agora estava ficando um pouco mais severo, como se eu não quisesse demonstrar nenhum outro sentimento naquele momento. Não até que eu entendesse a intenção de sua visita.

— Você pode parar de ser tão passiva-agressiva por um segundo, Catherine?

— Isto é o que acontece quando as pessoas se divorciam, David. — era óbvio que eu não gostava que ele estivesse ali. O que ele queria era confuso, ele queria me ver novamente de uma forma romântica? Não, claro que não, mas eu simplesmente não entendi. — Achei que deveríamos seguir caminhos separados sem incomodar um ao outro. — continuei, claramente irritada. Eu só queria que ele fosse embora, mas ele ainda estava sentado no sofá da sala, como se aquela ainda fosse a casa dele. Ele suspira e permanece em silêncio por longos segundos.

— Você cortou seu cabelo. — diz ele, apontando. — Adorei a franja. Você sempre disse que queria uma franja. — ele queria uma conversa amigável, que também poderia ser uma forma de ele se aproximar de mim novamente. Eu odiava esse pensamento. Mas eu sabia que precisava tentar manter as coisas civilizadas por enquanto.

Mas ainda estava irritada. Realmente não gostava que ele estivesse ali ou falando comigo como se nada tivesse acontecido.

— E você sempre disse que eu não ficaria bem com uma. — finalmente disse, com um pouco de sarcasmo. Todas as pequenas coisas do passado estavam voltando para mim agora, essa era a razão da minha agressividade passiva.

— Falei? Eu não me lembro disso. Você deve estar enganada. — disse, colocando a xícara na mesinha de centro.

— Não estou, David. Você sempre me disse que eu não tinha cara para franja, logo antes de rir.