| CAPÍTULO 30 |

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Daqui de cima parecia tudo tão calmo, tão pacífico que em milésimos de segundos podia fazer minha mente viajar para outro mundo que não seja esse

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Daqui de cima parecia tudo tão calmo, tão pacífico que em milésimos de segundos podia fazer minha mente viajar para outro mundo que não seja esse. O que é uma coisa que estou desejando ultimamente, eu já estava ficando estressada sobre tudo o que anda acontecendo em minha vida. Nunca pude imaginar que meus próprios pais estariam arranjando um namorado para mim - mesmo que desde pequena isso já estivesse estampado na cara deles - . Sei que isso não é confirmado, mas para a minha infelicidade aquilo com certeza era real.

Eles são imprevisíveis, quando penso que os dois sossegaram eles vão lá e armam mais um coisa para cima de mim. Mas não era somente o assunto "Kai" que rodava a minha mente, mas também sabendo que agora minha mãe sabe do meu envolvimento com as duas e provavelmente meu pai também, eles não mediram esforços para me colocar num avião em direção à Londres.

— Um beijo por seus pensamentos. — Escuto Chae falar ao meu lado. Ela parecia bem acordada ao contrário de Lisa que após sentar no assento ao meu lado, fechou os olhos e capotou de sono.

— São só pensamentos bobos.

— Não existe nenhum pensamento bobo vindo de você, Jen. Me conte, o que passa nessa cabecinha. — Seu dedo indicador cutuca minha testa, fazendo uma risada baixa sair dos meus lábios. Eu estava com receio de acordar a alfa ao meu lado, ela parecia estar num sono tão bom que até eu desejava tê-lo.

— Será que agora que minha mãe descobriu sobre nós, ela me mande de vez para Londres?

— Eu não quero mentir ou deixar você com medo, mas sim, Jennie. Há uma chance muito alta daquela mulher te mandar para lá. — Solto um suspiro frustado e Chae observa meu rosto abatido. — Porém, com essa ideia de ter um namoro arranjado com Kai. — Eu conseguia perceber nitidamente o tom de desgosto em sua fala. — Jung-su não te mandaria para outro país, tendo esse envolvimento com Kai.

— Por um lado você está certa, mas não podemos anular o fato da minha mãe mandar não somente a mim, mas também Kai para lá. Mesmo eu o conhecendo pouco, eu não duvidaria dele aceitar na mesma hora.

— Kai é um ser ambicioso igual ao pai. — Chae comenta. — Mas não quero mais falar sobre ele e qualquer outro problema. Agora vamos focar só em nós.

— Certo, minha namorada. — Eu murmuro chegando perto dos lábios da ômega dando um breve selar, fazendo Chaeyoung sorrir contra meus lábios.

— Agora só faltar apresentar você aos meus pais e te marcar.

— Só de imaginar tendo um almoço em família com você e com Lisa, deixa meu estômago gelado. — Chae solta uma risada com minha confissão.

— Relaxa, eles vão adorar você. E, não dúvido que eles gostem mais de você do que quando apresentei Lisa na primeira vez.

— Parece que todo mundo tem algo contra Lisa.

Dessa vez eu não consigo segurar minha risada acompanhada de Chae. Pensar que várias pessoas não vão com a cara de Lisa por algum motivo, me deixa um pouco zangada por Lisa ser julgada mal à primeira vista por muitos.

— Acho que por ser uma alfa já é o começo dos meus pais e Jimin ficarem com um pé atrás, e ainda por cima uma Lúpus.

— Acho que entendo o lado deles. — Falo e olho para Lisa ao meu lado antes de voltar meu olhar para Chae. — Na primeira vez que Minnie me falou que Lisa era uma Lúpus eu fiquei em choque e já pensei no pior, mas depois e refleti que não posso julgar alguém a primeira vista.

— Queria que as pessoas pensassem assim também, mas hoje em dia alfas já são vistos como violêntos e quando descobrem que é um lúpus esse medo aumenta.

Eu estava tão entretida nas palavras de Chae que mal pude perceber que minha alfa havia acabado de acordar e ouvera as minhas últimas palavras com Chaeyoung. Um sorriso imenso nasce no rosto da ômega quando vê Lisa olhando para nós duas. A alfa passa o braço por cima do meu ombro e alçando com a sua mão esquerda o ombro de Chae, a trazendo para mais perto. Fazendo assim um abraço ser feito.

— Vocês são as coisas mais importantes da terra para mim. — Lisa murmura baixo para que só nós três ouvisse.

— Mal acordou e já está se declarando? — Brinco e recebi um sorriso de Lisa como resposta. Sua cabeça balança devagar em afirmação.

Meu olhar sai de Lisa e recai em Joy que está há uma cadeira do nosso lado. Ela digitava algo muito rápido em seu celular e percebo ser um aplicativo de mensagens. Ela parecia tão concentrada que não ouvia uma sequer palavra que Jisoo e Niki diziam.

— O que houve com Joy? — Pergunto ainda olhando para ela. As duas olham na mesma direção que eu olhava.

— Pelo boato de Jisoo, Joy está de conversa com Yeri. — Responde Lisa.

— Yeri? — Pergunto. Sinto que já ouvi esse nome em algum lugar.

— É a menina que Joy é perdidamente apaixonada.

De repente, como uma espécie de flashback, vem em minha mente o dia em que estávamos na escola e Minnie comentou sobre ela. Mas eu nunca de fato havia me encontrado com ela pessoalmente, mesmo que Yeri aparenta ser bem famosa não só no nosso meio, mas também no colégio.

Durante a viajem conversas aleatórias rodou Chae, eu e Lisa. Estávamos no nosso próprio mundo e não tinha ninguém que pudesse tirar nós de lá.

• • •

A frente da mansão parecia tão mais sem cor do que qualquer outro dia. Todos que vieram comigo de volta no avião foram para suas respectivas casas, mas como eu já podia prever, minhas namoradas quase que não me deixam sair do carro que me trouxe aqui, e também foi uma tarefa difícil fazer aquelas duas irem embora.

Eu não queria que meus pais vissem elas, não por agora. Seria o começo de uma guerra se uma das duas aparecer na frente deles, principalmente na frente da minha mãe. Jung-su é uma mulher temperamental, as vezes penso o que ela tinha para conquistar meu pai além da beleza.

Meus passos eram lentos, eu não queria chegar na porta tão rápido e ter que ver a cara da minha mãe ou do meu pai. Eu tinha medo do que estava me esperando lá dentro, muito mais medo do que em qualquer outra situação que eu estive. Me lembro da vez em que eu rasguei um vestido lindo, eu era uma criança perfeita e eu fazia de tudo para me portar perfeitamente ao lado das pessoas. Mas por causa de um acidente meu vestido novo se desfez, por causa de uma criança que conseguiu me convencer a ir brincar com ela e outras crianças de pega-pega. Era só uma simples brincadeira que causou em um grande desastre. Enquanto eu corria, eu não estava vendo para onde eu ia, e então teve um momento em que eu só senti o impacto do meu corpo caindo contra um arbusto cheio de galhos de resultou no rasgo.

Mamãe me colocou num canto e gritou comigo até minhas orelhas doerem. Eu era uma pequena ômega frágil e sem proteção, e que mesmo minha mãe sendo uma ômega sua voz surtia quase o mesmo efeito de uma voz de alfa. Eu me lembro de chorar como nunca antes, pedindo desculpas sem parar, e desde aquele dia eu fui proibida de brincar com qualquer outra criança.

Naquela época eu me sentia solitária, não tinha ninguém para conversar. Eu até tentava conversar com as empregadas que trabalhavam aqui em casa, mas nenhuma delas me dava ouvidos com medo da minha mãe descobrir e colocá-las na rua. Até o dia em que Joseph foi contratado, ele foi meu único amigo em anos.

Minha mão pousa na maçaneta gelada, fazendo com que um arrepio percorra pelo meu corpo. A porta se abre e um pequeno rangido é soado pela parte da entrada. Parecia tudo tão silencioso. Silencioso até demais para mim. Um pigarro atrás de mim faz meu corpo travar, sua voz parecia tão mais sombria como nunca vi antes. Mesmo relutante eu giro meu corpo, vendo o corpo de mamãe parado ali no meio da sala.

— Finalmente, Jennie. Temos o que conversar.

O Casal Perfeito  |  Chaelisjen / ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora