41| Simplesmente porquê?

498 28 3
                                        

- ANGÉLICA -

- Mais que raios! Por que ninguém me avisou que ser professora temporária seria tão complicado?! E o pior de tudo é que a turma do terceiro ano foi só a minha primeira turma da semana! - exclamo para Jack em cima do galho da árvore. O pestinha de alguma forma saiu do meu quarto e veio parar fora do castelo, e agora estou conversando com ele. Ele lá em cima e eu em um galho abaixo dele. Infelizmente a minha altura não me permite chegar até Jack para esganá-lo por ter fugido do quarto. - Até aí tudo bem pois pelo menos não terei que dar mais de uma aula por dia, então vai dar pra focar mais nas minhas próprias aulas. - se Jack não tivesse sobrevoado por mim e pelos terceiranistas no corredor de volta para o Castelo, eu com certeza não saberia da sua fuga até que eu retornasse para meu quarto na hora do almoço. - Mas detalhe: o'que diabos eu tinha na cabeça ao aceitar esse cargo, hein? Estou considerando seriamente em já pedir minha demissão pois acho que minha sanidade vale muito mais do que esse cargo mesquinho que me fez e fará aturar adolescentes imprudentes e irresponsáveis! O que você acha sobre tudo isso? - questiono ele. Jack apenas continua a me encarar como se entender-se oque eu falo. Ele começa a piar como se respondesse as minhas perguntas. Eu faço bico e estalo meus dedos das mãos. - Gostaria de entender oque você fala. Acho que você fala coisas inteligentes para um preguiçoso. - afirmo, Jack sacode a cabeça e eu sorrio com seu ato.

- E eu acho que você deveria procurar um psicólogo.

- AH! - dou um grito pelo susto, meu coração palpita mais do que o normal e meu corpo tombou para trás. - QUE DROGA! - grito ao perceber que estou caindo da árvore.

Será esse o meu fim?

Morrer por causa de um susto caindo de uma árvore só porque estava conversando com um pássaro?

Eu nunca havia pensado que morreria de uma forma tão patética como essa. Mas se é assim... eu aceito o meu destino.

Fecho meus olhos e espero meu corpo chegar ao chão e se espatifar por completo.

Oque eu tinha na cabeça ao subir em uma árvore tão alta como essa?

Os segundos se passam e sinto que caí em algo; um sinal claro de que minha morte havia chegado.

- Auh... para uma anã você é bem pesada.

Seria essa a voz da morte?

Abro meus olhos já esperando algum ser encapuzado e envolta de sombras me esperando para levar para o além.

No entanto, não é o encapuzado com cara e veste de morte que eu vejo, ao invés disso vejo a faceta de um garoto... seria um anjo?

- Você é um anjo? - pergunto já rezando para que não fosse algum demônio em forma angelical que estivesse me enganando.

- E se eu for um anjo? - ele sorriu ao perguntar, por trás dele o sol refletia a sua face e o iluminava.

- Então eu perguntaria se todos os anjos são tão feios assim. - eu respondo, ele começa a rir.

Ouço um piar conhecido, então olho para os cantos e vejo que não estou no céu mas continuo onde antes eu estava com Jack.

Vejo melhor o "anjo" e percebo o quão enganada estava a respeito de ter morrido. Eu não caí no chão e me espatifei.

Eu caí nos braços de Adrian Pucey! Artilheiro da Sonserina.

- Eu não morri?

- Graças a minha agilidade, é claro que não. - ele responde e eu sinto meu rosto queimar. - E mesmo que se eu não tivesse lhe pegado o máximo que poderia ter acontecido era você ter fraturado algum osso. - ele diz ainda sorrindo e me olhando.

𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐋𝐘𝐓𝐇𝐄𝐑𝐈𝐍 𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋 | 𝐒𝐈𝐌𝐏𝐋𝐄𝐒𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐏𝐎𝐑𝐐𝐔𝐄 •02Onde histórias criam vida. Descubra agora