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- ANGÉLICA -

13 dias.

Estou presa há treze dias. Mas pelo lado bom tenho tinta, pincel e boas telas para se pintar! De brinde uma sala própria somente para a arte, entretanto, já posso imaginar a minha mãe se refugiando para cá quando se cansar de seu trabalho cansativo e sem futuro como detetive.

Estou encarando o quadro de Monalisa há tanto tempo que até hoje ainda não consegui decifrar como raios esse sorrisinho aterrorizante se fez. O artista dessa obra deve ter demorado bastante para concluí-la, pois nem aqueles que tentam refazer-lá conseguem o fazer com tal originalidade. Minha mãe por exemplo, ela já tentou várias vezes em momentos de grandes frustrações refazer o quadro de Monalisa, no entanto, nunca chegou ao sucesso.

Ouço três batidas fortes na porta, desvio o olhar do meu quadro em branco, olho para o lado do mesmo, e vejo Hydrus colocando metade do corpo dentro da sala. Ele vasculha o olhar pela sala até me encarar fixamente.

- Telefone.

- Quem é?

- Disse que era alguém de Hogwarts. A voz era masculina.

- Nem disse o nome? - pergunto com estranheza, afinal que menino de Hogwarts teria meu número?

Mal me lembro de ter passado para os meus amigos.

Amigos... será que...

- É o Theodore ou Blásio? - pergunto para mim mesma já tirando meu avental sujo de tinta seca.

Hydrus some da porta, e eu o acompanho. Ele caminha na frente, começa a subir e tirar a camiseta regata cinza de seu corpo, agora usa somente um short que bate acima dos joelhos, desvia em uma curva a direita, já eu sigo reto e vou até a sala de estar.

Pego o telefone colocado acima de uma mesinha próxima, e o coloco no meu ouvido.

- Um cicle para cada minuto que se passar. Espero que seja uma ligação importante pois eu estava em um momento extremamente importante. - falo divertidamente.

- Se fosse realmente um momento extremamente importante, acredito que você seria a última pessoa a deixá-lo de lado por causa de uma ligação com alguém da escola. - meu coração se acelera ao reconhecer o dono da voz. Olho para o espelho ao lado e vejo meu sorriso desaparecendo. - Ganhei um bom prêmio no Torneio, posso garantir bons sicles pelo seu precioso tempo.

- Como conseguiu o meu número?

- Você me deu em algum momento na escola, não lembro direito... - consigo imaginar a careta confusa de Cedrico mesmo ele estando do outro lado da linha. - Anotei ele na minha agenda.

- Ah... porque está ligando?

- Queria ouvir a sua voz.

- Hum... nós terminamos, lembra?

𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐋𝐘𝐓𝐇𝐄𝐑𝐈𝐍 𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋 | 𝐒𝐈𝐌𝐏𝐋𝐄𝐒𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐏𝐎𝐑𝐐𝐔𝐄 •02Onde histórias criam vida. Descubra agora