O Exterior do Labirinto

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P.o.v.s Autora

Angel não tinha a mínima idéia do que estava acontecendo, nem de há quanto tempo aquilo durava. Mas em dado momento, ela viu a varinha de Voldemort começar a emitir gritos ressonantes de dor... depois... os olhos vemelhos do bruxo se arregalaram de choque - uma mão, densa e fumegante voou da ponta da varinha e desapareceu... o fantasma da mão que ele fizera para Rabicho... mais gritos de dor... e então algo muito maior começou a brotar da ponta da varinha de Voldemort, algo imenso e acinzentado, algo que parecia ser feito da mais sólida e densa fumaça...

A sombra esfumaçada de uma mulher jovem de cabelos longos caiu no chão, se endireitou, ela falava com Harry, pela distância ela não a ouvia e mesmo que ela quisesse escutar a voz dela, não conseguia se mover.

Os joelhos dela fraquejaram e ela se agarrou à lápide. Aquela realmente era Lílian Potter, os cabelos vermelhos da mulher a entregava, obviamente não a de carne e osso, mas era ela. Angel se recordara dela de algumas fotos que sua mãe mantinha guardado dentro de um baú de recordações da sua juventude.

Outras figuras surgiram, como Lílian. Estavam saindo da varinha de Voldemort, mas ajudando Harry.

Então Lílian a viu, e sorriu. No momento seguinte Harry quebrou o vínculo das varinhas e Harry correu até ela, agarrando-a até o braço e levando-a até onde a taça estava junto ao corpo de Cedrico.

_Estupore-os!_Voldemort gritou.

A dez passos de Cedrico, Angel e Harry mergulharam atrás de um anjo de mármore para evitar os jorros de luz vermelha e a garota viu a ponta da asa do anjo desmoronar ao ser atingida pelos feitiços.

Apertando com mais força a varinha, Harry saiu ligeiro de trás do anjo acompanhado por Angel.

Angel ergueu a mão na direção do Comensal que iria lançar o feitiço e o arremessou do outro lado. Ela não se sentia mais tão cansada.

A garota continuou impedindo outros Comensais, sem que Harry questionasse como ela conseguia fazer aquilo.

Por um grito abafado que ouviu, Angel achou que conseguiria fazer parar pelo menos mais alguns, mas não havia tempo para se deter e olhar; ela saltou por cima da Taça e mergulhou ao ouvir mais explosões saírem das varinhas às suas costas; mais jorros de luz voaram por cima de sua cabeça quando ela caiu, Harry veio logo ao seu encalço esticando a mão para agarrar o braço de Cedrico...

_Afastem-se! Eu o matarei! Ele é meu!_gritou a voz aguda de Voldemort.

A mão de Angel se fechou no pulso de Cedrico; havia uma lápide entre ela, Harry e Voldemort, mas Cedrico era demasiado pesado para carregar, e a Taça estava fora do seu alcance e do de Harry... Os olhos vermelhos de Voldemort chispavam no escuro. Angel viu a boca do bruxo se crispar num sorriso e viu-o erguer a varinha.

_Accio!_berrou Harry, soltando a mão de Angel e apontando a própria varinha para a Taça Tribruxo.

A Taça voou pelo ar em sua direção. Harry agarrou uma asa e Angel agarrou a outra.

A última coisa que ouviram antes de serem levados de lá, foi o grito furioso de Voldemort.

A garota deixou um sorriso esperançoso escapar por seus lábios ao sentir o solavanco no umbigo que significava que a Chave de Portal fora acionada... ela se afastou em alta velocidade num turbilhão de vento e cor, junto com Harry e levando Cedrico junto... os três estavam voltando...

"Dor chega em todas as formas possíveis. Uma dorzinha aguda, um pouquinho de depressão, a dor aleatória com que convivemos todos os dias. Então tem o tipo de dor que você simplesmente não consegue ignorar, um nível tão grande de dor que bloqueia todo o resto, faz com o que o mundo inteiro desapareça até que a gente só consiga pensar que o tanto que machucamos e a maneira com que lidamos com a dor é totalmente pessoal. Nós anestesiamos, sobrevivemos a ela, ou a abraçamos, ou ignoramos. Para alguns de nós, a melhor maneira de lidar com ela é atravessando-a."

Angel sentiu que caía chapada no chão; seu rosto comprimiu a grama, cujo cheiro invadiu suas narinas. Ela fechara os olhos enquanto a Chave de Portal os transportava, e os mantinha fechados até aquele momento. Não se mexeu. Todo o ar parecia ter sido expulso dos seus pulmões; sua cabeça rodava tanto que ela sentia o chão balançar sob seu corpo como se fosse o convés de um navio. Para se firmar, apertou com mais força as duas coisas que continuava a segurar - era a asa lisa e fria da Taça Tribruxo e o corpo de Cedrico.

Tinha a sensação de que ia deslizar para a escuridão que se formava na periferia do seu cérebro se largasse qualquer das duas. Mais então teve que os soltar pois já estava sem forças, o choque e a exaustão a mantiveram no ar, inspirando o cheiro do verão, esperando... esperando que alguém fizesse alguma coisa... que alguma coisa acontecesse... e, todo o tempo, sua cicatriz ardia surdamente em seu ombro... e sentia algo molhado escorrer entre o seu ante-braço.

Uma enxurrada de sons a ensurdeceu e confundiu, havia vozes por toda parte, passos, gritos... ela não sentiu o chão por alguns instantes, mais logo sentiu seu corpo cair em algo e rolar, então percebeu que havia caído nos degraus de alguma escada, assim que rolou nos últimos degraus continuou onde estava, deitada de barriga pra cima, uma mão ao lado de seu corpo e a outra sob o seu pescoço, a falta de ar era apavorante, a pressão em seu peito a fazia ter uma dolorosa dor de cabeça, cada parte de seu corpo doía, lágrimas deslizavam por seus olhos, o rosto contraído contra o barulho como se aquilo fosse passar...

_Angélica? Porque você está aqui?_a garota abriu os olhos._Harry... Angel..._ao ver Harry sob o corpo de Cedrico, Marlene foi até a filha, ao vê-la se sufocando com o ar, a mulher corre em sua direção, algo para ela não fazia sentindo, não fazia mesmo. As sombras escuras das pessoas que se aglomeravam ao seu redor gritavam._Vai ficar tudo bem... vai ficar tudo bem..._repetia Marlene ao pegar sua varinha e apontar para o pescoço de Angel.

Ela voltara ao exterior do labirinto. Via as arquibancadas no alto ao seu lado, os vultos das pessoas que se movimentavam nelas, as estrelas no céu. Sua visão ficava a cada instante mais turva.

Tendo o seu corpo ainda mantido no chão, e sua respiração sendo netraulizada aos poucos, Angel virou a cabeça para o lado; o corpo certamente frio de Cedrico era abraçado pelos seus pais, que até então choravam pela perda do seu único filho.

Seus olhos foram se fechando, juntamente ao mais um pingar de uma gota de lágrima, os gritos das garotas, os soluços altos, pessoas histéricas. E então, a escuridão enfim a abraçando.

Nem mesmo os gritos assustados de Marlene a fez ficar consciente, Angel estava cansada, muito cansada... e em seu último pensamento, ela só pedia para que aquilo tudo fosse um pesadelo, e que quando ela acordasse, estivesse em mais uma aula incoerente de Sibila Trewnlay. Ou que pelo menos, aquilo fosse algum tipo de tortura de mente na qual ela estava em algum tipo de aula sobre maldições do falso professor Moody.

"A dor. Você só tem que sobreviver a ela, esperar que ela vá embora sozinha, esperar que a ferida que a causou, cure. Não há soluções, respostas fáceis. Você só respira fundo e espera que ela vá diminuindo. Na maior parte do tempo, a dor pode ser administrada, mas às vezes ela te pega quando você menos espera, te acerta abaixo da cintura e não te deixa levantar. Você tem que lutar através da dor, porque a verdade é que você não consegue escapar dela e a vida sempre te causa mais.”

Continua...

Vocês pediram, então eu trouxe 😁🍥☺

𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐋𝐘𝐓𝐇𝐄𝐑𝐈𝐍 𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋 | 𝐒𝐈𝐌𝐏𝐋𝐄𝐒𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐏𝐎𝐑𝐐𝐔𝐄 •02Onde histórias criam vida. Descubra agora