𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐋𝐘𝐓𝐇𝐄𝐑𝐈𝐍 𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋 | 𝐒𝐈𝐌𝐏𝐋𝐄𝐒𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐏𝐎𝐑𝐐𝐔𝐄 •02

Tom Riddle

Angel

A minha cicatriz explodiu de dor.

Foi uma agonia tão extrema como jamais sentir na vida; ao levar a mão acima do meu  ombro; os meus joelhos cederam; cair ao chão e não vi mais nada, meu  ombro pareceu prestes a rachar.

De muito longe, acima de minha cabeça, ouvi uma voz fria e aguda dizer:

"Mate o garoto."

Um zunido, e uma segunda voz que arranhou o ar da noite:

_Avada Kedavra!

Um relâmpago verde perpassou as minhas pálpebras e eu ouvir alguma coisa pesada cair no chão ao meu lado; a dor de minha  cicatriz atingiu tal intensidade que eu tive ânsias de vomitar, em seguida diminuiu; com medo e aterrorizada com o que eu iria ver, eu abri os olhos ardidos.

Cedrico estava estatelado no chão ao meu lado, os braços e pernas abertos.

Morto.

Por um segundo que continha toda a eternidade, eu fitei o rosto do meu namorado, seus olhos verdes-cinzentos abertos, vidrados e inexpressivos como as janelas de uma casa deserta, a boca entreaberta num esgar de surpresa.

Então, antes que a minha mente pudesse aceitar o que meus olhos viam, antes que pudesse sentir alguma coisa além de atônita dor, eu sentir que alguém me levantava.

O homem baixo de capa pousara o fardo que carregava no chão, acendeu a varinha e saiu me arrastando para uma estaca de madeira que estava cavada em pé, e Harry em direção à uma lápide de mármore.

Pude ver o nome ali gravado faiscar à luz da varinha, antes de ser virada e atirada contra a madeira, e sentir minhas mãos sendo amarradas por volta dele.

A lápide tinha um nome que ninguém jamais poderia esquecer.

TOM RIDDLE

O homem da capa agora estava conjurando cordas para prender Harry com firmeza, amarrando-o à lápide ao meu lado, do pescoço aos tornozelos.

Pude ouvir uma respiração rápida e rasa saindo do fundo do capuz; eu me debati, mais o homem me deu uma bofetada – uma bofetada com uma mão à que faltava um dedo.

E então eu pude perceber quem estava sob o capuz.

Era Rabicho!

_Desgraçado!_vociferei.

_Você!_Harry aparentemente pareceu ter o mesmo pensamento que eu.

O desgraçado não respondeu; estava ocupado verificando se as cordas estavam bem apertadas, seus dedos tremendo descontrolados, apalpando os nós.

Uma vez convencido de que eu e Harry estavamos amarrados à lápide sem a menor folga e que não conseguiríamos nos mexer, Rabicho tirou um pano preto de dentro das vestes e enfiou com violência na minha boca e depois na de Harry; depois, sem dizer palavra, virou as costas e se afastou depressa; eu não podia emitir som algum nem ver aonde fora Rabicho.

O corpo de Cedrico se encontrava a uns dez metros de distância, por um momento eu pensei que eu fosse gritar ou me esforçar para ir até ele, no entanto, eu fiquei estática, não conseguir emitir qualquer reação brusca ou que indicava estar com dor ou raiva.

Será que era assim que uma pessoa reagia após ver o namorado morto?

Sem sentir emoção alguma além de puro vazio?