𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐋𝐘𝐓𝐇𝐄𝐑𝐈𝐍 𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋 | 𝐒𝐈𝐌𝐏𝐋𝐄𝐒𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐏𝐎𝐑𝐐𝐔𝐄 •02

24| A nossa primeira vez

— ANGÉLICA —

A primeira coisa que pude sentir foi o calor emanado de um corpo colado ao meu.

Eu tinha consciência de que a água estava fria, mas o corpo de Cedrico pressionado junto ao meu, me impedia de sentir o frio congelante do Lago Negro. O cheiro de menta tipicamente masculino encheu minhas narinas e uma sensação de paz me tomou.

Ele estava lá, eu estava bem.

Uma súbita lufada de ar gelado fez minhas pálpebras tremerem, eu abri os olhos dando de cara com o rosto preocupado de Cedrico. Ele me encarava como um cego que após anos de escuridão via pela primeira vez, era um olhar tão apaixonado que só o meu poderia competir com aquele sentimento.

— Graças a Merlin! — ele arfou seu alívio, e olhando no fundo dos meus olhos me deu um beijinho molhado, literalmente, já que estávamos encharcados.

Mas como sempre, um beijinho estralado não bastava e logo nós estávamos nos beijando de verdade, mesmo com dezenas de pessoas observando.

Quem disse que eu me importava?

Eu estava tão envolvida em nossa bolha pessoal que os assovios e aplausos vindos da platéia não me deixavam nem um pouco constrangida. Eu tinha vontade de gritar para o mundo: SIM, ESTE CARA É MEU NAMORADO, EU ESTOU COMPLETAMENTE APAIXONADA! Que se dane o que os outros vão pensar, afinal o amor é algo pelo que se orgulhar.

Eu descobrir que ele mexe com sua vida e sua mente, bagunça o seu mundo, mas te transforma de um jeito que a felicidade sempre te acompanhará pelos teus caminhos mesmo que eles sejam tortuosos. O sorriso que eu estampava era tamanho, que qualquer um duvidava se já tivesse existido alguém tão feliz como eu naquele momento.

Meus olhos automaticamente viraram para a margem buscando os outros campões.

Mas não havia nenhum.

Cedrico era o vencedor.

O MEU NAMORADO ERA O VENCEDOR!

— Ganhamos ,meu anjo... — ele sussurrou no meu ouvido como se a vitória fosse nossa e não mérito somente dele.

Eu estava tão feliz que nem discuti.

Madame Pomfrey veio praticamente correndo em nossa direção para prestar os primeiros cuidados. Cedrico tinha alguns ferimentos, mas nenhum deles parecia realmente sério. Seu semblante estava cansado e inegavelmente feliz.

A curandeira me entregou algum tipo de líquido para prevenção, que imediatamente fez com que fumaça saísse de mus ouvidos como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Isso não é natural!

O “dentes de urina” nos olhava com descontentamento evidente, era óbvio que ele não estava feliz pela vitória de Cedrico.

Sim, meu namorado é melhor que o meu amigo Vítor Krum!

Chupa dentes de urina...

Não nego que fiquei um pouco chateada com o Cedrico por me salvar e deixar a irmã da Fleur desamparada. Mas ele me garantiu que sabia que nenhum mal aconteceria com ela, mesmo com as ameaças na pista do ovo.

Dumbledore nunca permitiria nada assim.

Caramba, Angel! O teu namorado te salva com o maior esforço, depois de você descobrir que é a coisa que mais faria falta a ele, e você se acha no direito de ficar chateada pela miniatura da amiga loira oxigenada?

Meu subconsciente ralhou de cara feia. Eu estava sendo uma tola por ficar carrancuda.

Depois da prova ter acabado, eu me ajuntei com as meninas e formos para o castelo, em um barco até as margens, poderia ter ido com o meu namorado, mas pensei em deixar-lo se divertir com os amigos, afinal ficamos quase o tempo todo juntos, não é mesmo?