27|Nunca mais faça isso de novo

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— ANGÉLICA —

Nos dias seguintes a sensação terrível não me abandonou, ao contrário, parecia ainda mais enraizada no meu peito.

Era como se uma nuvem negra estivesse prestes a me engolir em um turbilhão de sentimentos caóticos e avassaladores.

Uma melancolia infindável deixava o meu coração pesado e o sentimento de perda me alertava que coisas ruins estavam por vir...

— Não pense mais nisso. — Cedrico me repreendeu por estar tão preocupada. — Eu sei me cuidar muito bem amor, além do mais você acredita na minha capacidade, não? — ele deu aquele sorriso de canto, por mais que eu quisesse retribuir, só conseguir fazer uma careta.

Enquanto ele me beijava eu me sentia isolada em nossa bolha particular, um mundo apenas nosso em que ninguém tinha permissão para entrar. Não havia sentimento ruim que pudesse reter minha alegria. Ele era meu, e eu era dele! Tudo vai ficar bem... Voltei a mentalizar meu mantra no objetivo de me acalmar.

Na manhã seguinte eu sentia dores em todo o corpo, como se tivesse dormido de mau jeito. Nada muito sério, mas definitivamente desconfortável. No entanto por causa dele eu levantei com a disposição que me restava. Que não era muita dadas às circunstâncias.

A tarefa seria apenas a noite, mas eu estava animada demais para conseguir parar de pular no chuveiro. Minha animação sumiu quando os sentimentos negros voltaram a me assolar de modo assustador.

O café estava em pleno andamento e todos pareciaM excitados com o que iria acontecer. Cedrico estava sentado na mesa da Lufa-lufa sendo rodeado por um bando de garotas risonhas, e para meu desgosto... A "peitos assassinos" que pelo menos dessa vez teve a decência de fechar a maioria dos botões da blusa (reparem que eu disse maioria!).

Eu entendia que Cedrico não podia simplesmente ser estúpido com todas elas e mandá-las para a casa do ca... vocês sabem de quem!

Entretanto, isso não me impedia de ficar chateada.

Seguindo meu ciúme e tentando me distrair com outra coisa que não fosse o terrível pressentimento que dominava minha mente, eu discretamente abri os dois primeiros botões da minha blusa branca de uniforme, estava sem a capa, então deixaria tudo mais fácil para mim.

Pansy percebeu e soltou uma risadinha enquanto me observava a minha frente.

Meu sutiã tinha um pouco de enchimento e o efeito push-up, eu confesso.

Mas o amor na guerra vale tudo! E se eu ia bater de frente com uma menina com peitos gigantes precisaria de ajuda.

Eu calmamente fui andando até a mesa da Lufa-lufa super consciente dos olhares masculinos em minha direção, mas só tinha um olhar que eu queria atrair. Eu tive a satisfação de ver Cedrico parar com o garfo que tinha um pedaço de bolo a meio caminho da boca ao mesmo tempo em que engasgava com o conteúdo que estava ingerindo. Ele olhou para o meu rosto com um sorriso imenso prontamente retribuído por mim. Eu tinha me maquiado e caprichado para hoje, embora o último toque tenha sido de improviso.

Seus olhos desceram pelo meu pescoço até chegar ao um colo e bem... Ele não tirou mais os olhos de lá.

É impressão ou o Cedrico começou a suar?

Reprimi a vontade de rir com todas as minhas forças, e fui em sua direção sentando bem ao seu lado ao mesmo tempo que afastava uma das vadias de perto dele.

— Olá. — di um beijinho no canto da sua boca enquanto ele ainda encarava meu colo.

Seus olhos se levantaram para o meu rosto e seus dentes perfeitamente brancos logo se mostraram.

𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐋𝐘𝐓𝐇𝐄𝐑𝐈𝐍 𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋 | 𝐒𝐈𝐌𝐏𝐋𝐄𝐒𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐏𝐎𝐑𝐐𝐔𝐄 •02Onde histórias criam vida. Descubra agora