45| Sonhos, Coceiras e Chocolates

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— ANGÉLICA —

— Eu juro pelo céu e pela terra que se você não acordar agora mesmo eu vou deixar a sua bunda toda roxa de tanta chinelada que vou te dar assim que eu conseguir um chinelo! ACORDA! — sinto uma sacudida nos ombros tão forte que fez meu cérebro girar e meus olhos quererem saltar para fora.

Abro os olhos, minha visão fica embaçada por poucos segundos, e assim que recupero a visão totalmente, avisto o rosto sofrido da minha mãe.

— Aaah, até que fim, meu bebê... — diz ela chorosa e me abraça com força total. Ainda tentando recobrar a consciência por inteiro, dou uma revistada pelo local e vejo que não estou em casa, muito menos em algum quarto de hospital, pelo contrário, estou na ala-hospitalar de Hogwarts.

Hogwarts...

O que eu estou fazendo em Hogwarts?

— Pequena tempestade... — uma voz suave e masculina chamou o apelido mais intimo que ninguém além da minha mãe ou do meu pai já me chamou antes. — Que bom... — sinto uma mão apertar a minha, é como se nossas mãos já estivessem entrelaçadas antes. Com a minha mãe ainda agarrada a mim e me sufocando com o abraço, eu olho para o meu lado esquerdo. Aqui, sentado em uma cadeira e com os olhos cinzas-escuros brilhando nessa escuridão que era a enfermaria, estava os olhos mais lindo que eu já vi em toda a minha vida.

Sirius Black está aqui.

Apertando a minha mão e com ambos os olhos brilhando, ele abriu um sorriso. Um sorriso tão lindo e aconchegante que fez meu coração derreter.

Acho que nunca sentir essa sensação antes. É como se o sorriso dele tivesse tirado um grande peso de dentro de mim. É como se... é como se eu estivesse olhando para uma linda constelação tão linda e tão brilhante que faria todos os meus pensamentos desaparecerem apenas por olhar para ela.

— Pai... — falo, minha garganta está muito, muito seca. Ele ergueu os olhos e se aproximou um pouco. Sentir a minha mãe afrouxar o abraço.

— Sim? Pequena tempestade? — ele diz, apertando mais ainda a minha mão. Eu sinto a mão dele suar na minha.

— Me abraça também... — peço meio desorientada. Sinto sono e um cansaço enorme. — Fica aqui... com nós... — as pupilas dele pareceram dilatar com o meu pedido, ele sorriu mais ainda.

— Sim, sim.... claro... eu vou ficar. — afirma ele se levantando da cadeira.

Ele senta no espaço vago ao meu lado na cama, e minha mãe me solta e faz o mesmo gesto que ele. Ambos deitam comigo. Meu pai coloca o braço por baixo do meu pescoço e sua mão pousa no meu ombro. E ele me abraça assim, e me beija no cabelo, na testa e até na bochecha. Minha mãe se deita de lado e coloca a cabeça no travesseiro, ao colocar a mão debaixo da minha blusa, ela começa a acariciar a minha barriga. É o jeito dela de tentar me acalmar.

Meu pai começa a acariciar meu cabelo e eu me sinto nas nuvens. Os meus olhos começam a pesar.

— Não sumam... por favor.... — peço baixinho. Tenho medo disso tudo ser apenas um sonho. Tenho medo deles não estar aqui comigo quando eu acordar.

Tenho medo de estar sozinha.

— Não vamos sumir. Estamos aqui e sempre estaremos. — meu pai fala acima da minha cabeça.

— Talvez o Sirius vá na rua comprar um cigarro, mas ele vai voltar. — minha mãe diz com a voz brincalhona. Isso me faz sorrir. — Não vamos sair daqui meu amor, eu prometo. — ela afirma ao subir a mão até o meu coração ainda por dentro da blusa. Ela fechou o punho em cima do meu coração. — Não vamos te deixar.

𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐋𝐘𝐓𝐇𝐄𝐑𝐈𝐍 𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋 | 𝐒𝐈𝐌𝐏𝐋𝐄𝐒𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐏𝐎𝐑𝐐𝐔𝐄 •02Onde histórias criam vida. Descubra agora