47| Revelações e Laços Cortados

225 10 14
                                    

ANGÉLICA

A noite quando as estrelas atravessam o lago negro e a sua luz ilumina o meu quarto, eu me sento sozinha de frente a grande janela de vidro e converso com a lua sobre o Cedrico, tentando chegar até ele. Ele amava tanto a lua que chegou a um ponto de eu sentir que de alguma forma eu posso o sentir comigo quando olho o grande amor da vida dele sempre brilhante lá no céu.

E sim, o grande amor da vida dele era a lua. Ele nunca chegou a dizer com as palavras, mas os olhos cheio de paixão ao olhar para a lua deixava evidente o tamanho amor dele por ela.

Com o passar de quatro dias desde o sábado, o dia do enterro de Cedrico, a tarde de quarta-feira chegou, dia vinte e sete de junho. Estamos na semana da espera das notas das provas antes de entrar nos meses das tão sonhadas férias. Em quatro dias já estaremos embarcando no Expresso de volta à Londres.

- Petrova? Alguma Petrova? - ouço uma voz masculina cantarolar. Paro de desenhar dois pares de olhos no meu caderno de desenho. Olho para o lado e Blásio está olhando para cima, os alunos sentados nas mesas a nossa frente também. Olho para cima ao lado e vejo o fantasma Nick Quase Sem Cabeça. - Alguma Mckinnon, então? - ele sobrevoa a cabeça dos alunos e olha para cada um.

- Eu sirvo? - questiono quando ele já tá chegando perto da professora Caridade Burbage, da matéria Estudos dos Trouxas. Ela está escrevendo no quadro com as próprias mãos, e parece não se importar com a presença do fantasma.

- Então você que é filha da pestinha da Lene? - pergunta ele flutuando até a minha mesa. - Porque nunca me disse antes? - ele sorrir e pega na minha mão, ou pelo menos, finge que tá pegando já que não consegue me tocar. - Se eu soubesse teria te tratado bem diferente do que normalmente trato os alunos da Sonserina. - ele faz uma cara de deboche, ouço um suspiro profundo vindo de Blásio.

- Se for pra discriminar os meus colegas de Casa, prefiro nem manter gente da sua láia por perto.

- Aí, credo menina, porque tá sendo tão rude? Eu estava só brincando. - ele começa a rir, e tira a sua cabeça do pescoço. - Como se os Sonserinos fossem uns santos nessa tarefa. - faço cara de nojo.

- Fala logo oque quer, se não notou, estamos no meio da aula. - Blásio fala ao meu lado sem sequer tirar os olhos do livro que lia.

- Olha só o outro ignorante. Hum. - Nick rola os olhos e coloca a cabeça no lugar. - Você tem visita, ela te espera no pátio dos fundos.

- É a minha mãe?

- Não sei. Vai lá e descubra. Só vim para te avisar. - ele pontua e flutua de volta para a saída.

Olho para o desenho dos olhos com as sobrancelhas já desenhadas em cima, e fecho o caderno. Respiro fundo.

- Professora, eu posso....

- Se não conseguir chegar no restante da aula, pega o resto dos conteúdos com os seus colegas. - ela diz ainda de costas para a turma.

Gosto bastante da professora Caridade. Não sinto nenhum pingo de discriminação, repulsa, preconceito, energia ruim ou nada de ruim vindo dela. Entre todos os professores posso afirmar que ela é uma das minhas favoritas. Não é louca como a Trenwaley, nem severa ou rude como o Snape, e nem travada como a Minerva. Os outros são uma mistura deles ou são mais estranhos ainda.

𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐋𝐘𝐓𝐇𝐄𝐑𝐈𝐍 𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋 | 𝐒𝐈𝐌𝐏𝐋𝐄𝐒𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐏𝐎𝐑𝐐𝐔𝐄 •02Onde histórias criam vida. Descubra agora