20| Só existe uma coisa que pode nos separar

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— ANGÉLICA —

As semanas seguintes foram uma verdadeira loucura. E eu não me refiro só ao torneio ou os ensaios.

Juro por tudo que é mais sagrado que meus professores estavam tentando me fazer ter um surto psicótico. Meu deus! Eles não têm pena dos alunos? Se para fazer cinco provas seguidas em três dias precisamos estudar tanto assim estou considerando seriamente desistir dessas provas e me mandar pra alguma escola trouxa!

Para o meu alívio, Draco finalmente deixou a frescura de lado e começou a aceitar que ele e o Cedrico teriam de dividir meu tempo, e que provavelmente Cedrico ficaria com a maior parte. Mas Draco não se importava tanto assim depois de passar quase todo o tempo comigo nas aulas e no salão comunal. Até enjôavamos uma da cara do outro.

Mas eu não era a única fazendo o máximo possível para preservar a minha sanidade.

Cedrico tinha de se desdobrar para descobrir o que diabos ele deveria fazer com aquele ovo. Chocar não era, por que sim, ele tentou isso. Eu quase me acabei de rir quando meu namorado me contou que passou a noite inteira sentado em cima do ovo tentando chocá-lo. O pior é que eu tinha de controlar as gargalhadas ao ver o rosto decepcionado do Cedrico com a falta de resultado pelos seus esforços noturnos. Mas fala sério, quem dos campeões tenta chocar um ovo?

O fato era que ninguém parecia ter ideia do que fazer com aquilo e sempre que alguém tentava abri-lo ele soltava um barulho tenebroso de assassinar os tímpanos de qualquer indivíduo. Cedrico só relaxou quando um dos professores, de forma ilegal, contou a ele o que fazer. E bem, deu certo (muito melhor que a ideia de chocar).

Agora eu e Cedrico estávamos cientes que a Segunda Tarefa seria no Lago Negro, e os campeões teriam uma hora para procurar seja lá o que deveria estar escondido. Nada que um simples feitiço "cabeça de bolha" não resolvesse.

Todavia, nada se comparou ao alvoroço causado pelo anuncio do Baile de Inverno, que aconteceria na noite da véspera de natal. O número de inscrições para quem ficaria em Hogwarts foi cinco vezes maior o que em anos normais. E para a decepção de muitos alunos, somente quem fazia o quarto ano em diante tinha a permissão de ir para a festa, exceto se algum aluno mais velho convidasse, sendo do terceiro, segundo ou primeiro ano você não poderia participar.

Um grupo de garotas risonhas passou por mim tirando meus pensamentos do eixo. As seguidoras de Vítor Krum. Soltei uma risadinha para mim mesma. Mas assim que a cena a minha frente se tornou clara o sorriso morreu, foi trocado por dor.

Fleur, minha amiga, conversava animadamente com Cedrico, e ele sorria como se fosse super interessante. Aquilo seria uma cena normal se ela não estivesse praticamente se jogando nele, e qual a necessidade da mão dela tocá-lo com tanta frequência?

Fura-olho!

E o que seu namorado faz ao ser bullynado por uma loira oxigenada?

SORRI!

Antes que eu me percebesse ao certo como minha cabeça explodia de raiva do ciúmes crescente, passei esbarrando com Rony que ia em direção ao "casal feliz de campeões". Eu não queria saber.

Na verdade queria sim, mas talvez outra hora eu descubro oque aconteceu nesse encontro inesperado.

Desci para as masmorras da Sonserina e me joguei na cama, fechei o dossel e gritei de raiva contra o travesseiro até dormir.

Fleur é tão bonita e maravilhosamente magnífica, uma metade veela. E eu... bem, eu sou apenas eu. Alguém comum é oque eu sou.

Não dá e nunca dará para competir com a beleza e atração de Fleur Delacour, nem que eu vivesse um século de vida bruxa!

𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐋𝐘𝐓𝐇𝐄𝐑𝐈𝐍 𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋 | 𝐒𝐈𝐌𝐏𝐋𝐄𝐒𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐏𝐎𝐑𝐐𝐔𝐄 •02Onde histórias criam vida. Descubra agora