11|Me sinto traída

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— AUTORA —

Logo cedo na manhã seguinte, Angélica acordou com um plano inteiramente formado na cabeça, como se o seu cérebro adormecido tivesse trabalhado naquilo a noite toda. Ela se levantou e se vestiu à luz fraca do amanhecer, refletindo pelo lago negro, saiu do dormitório e desceu para o salão comunal, àquela hora deserto. Ali apanhou um pedaço de pergaminho dentro de uma pasta em cima das estantes repletos de livros.

Caro almofadinhas,
De alguma forma nunca tive coragem de lhe enviar uma carta, desde a primeira carta que você me enviou. Mas, todos os dias me pergunto se você está bem, e onde está se escondendo durante todo esse tempo. Porém, espero que não esteja se mantendo em forma de animago enquanto está dentro de alguma caverna sarnenta. O.b.s= brincadeiras a parte. Rsrs

Imagino que já saiba do que houve na copa mundial de Quadribol. Devo dizer que aquilo me causou sérias dúvidas quanto a volta de Voldemort.

Minhas suspeitas sobre o cargo de professor de Dcat estar amaldiçoado se concretizou verdadeira quando mais uma vez a escola contratou outro professor para tomar o cargo de Lupin. O novo professor embora tendo ganhado muito respeito pelos alunos, eu tenho pressentimentos bastante ruíns em relação a ele. Para mim ele não é confiável.

Irei acrescentar aqui algo que eu não falei para minha mãe. Há alguns dias, nos começos das aulas tive um pesadelo, eu estava em uma espécie de cemitério, um amigo e Harry também estavam nele. Esse meu amigo... estava morto. Harry estava preso a uma estátua. E eu... Eu não conseguia fazer nada. Embora aquilo parecesse surreal quero acreditar que foi apenas um pesadelo.

Sabe do novo professor que eu falei? Então, ele acabou por transformar o nosso primo, Draco, em uma doninha. Apesar de eu ter achado aquilo engraçado eu sabia que era uma atitude errada de se ensinar por parte dos professores.

Por favor almofadinhas, mande notícias para mim sobre como você estar.

Pequena tempestade - A.P

Depois, Angélica dobrou a carta e passou pelo buraco do retrato, subiu as escadas das masmorras e depois a do castelo silencioso (só foi detida brevemente por Pirraça, que tentou virar um enorme vaso em cima dela no meio do corredor do quinto andar) e finalmente chegou ao corujal, que ficava no alto da Torre Oeste.

O corujal era uma sala circular revestida de pedra; um tanto fria e varrida por correntes de vento, porque nenhuma das janelas tinha vidro. O chão era coberto de palha, titica de coruja e esqueletos de ratos e arganazes que as corujas regurgitavam.

Centenas e mais centenas de corujas de todas as espécies imagináveis estavam aninhadas ali em poleiros que subiam até o alto da torre, quase todas adormecidas, embora aqui e ali um redondo olho cor de âmbar olhasse feio para o garota. Angélica localizou Edwiges, a coruja de Harry, a qual ela iria pegar emprestada, a coruja estava aninhada entre uma coruja-das-torres e uma coruja castanho-amarelada, e correu para ela, escorregando um pouco no chão coberto de excremento.

Levou um certo tempo para convencê-lo a acordar e olhar para ela porque a coruja de Harry não parava de mudar de lugar no poleiro, virando-lhe o rabo. Evidentemente estranhando a garota que só vira quando a mesma estava com seu dono.

Por fim, foi a insinuação de Angélica que ela poderia estar demasiado cansada e que talvez ela pedisse Pichitinho emprestado a Rony que a fez esticar a perna e permitir a amiga do dono amarrar nela a carta.

— Ache ele, está bem? O Sirius. — pediu Angélica, alisando o dorso de Edwiges enquanto a levava no braço até uma das aberturas na parede. — Antes que os dementadores façam isso.

𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐋𝐘𝐓𝐇𝐄𝐑𝐈𝐍 𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋 | 𝐒𝐈𝐌𝐏𝐋𝐄𝐒𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐏𝐎𝐑𝐐𝐔𝐄 •02Onde histórias criam vida. Descubra agora