04| O jogo

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- AUTORA -

Os espectadores gritaram e bateram palmas. Milhares de bandeiras se agitaram, somando-se desafinados hinos nacionais à barulheira geral. O grande quadro-negro defronte apagou a última mensagem ( Feijõezinhos de todos os sabores Beto Botts - um risco a cada dentada!) e passou a informar BULGÁRIA: ZERO, IRLANDA: ZERO.

- E AGORA, SEM MAIS DEMORA, VAMOS APRESENTAR... OS MASCOTES DO TIME BÚLGARO!

O lado direito das arquibancadas, que era uma massa compacta e vermelha, berrou manifestando sua aprovação.

- Que será que eles trouxeram? - comentou Angel, curvando-se para a frente na cadeira. - Ah-ha! Veelas. - revirou os olhos, mas sorriu mesmo assim.

As veelas começaram a dançar e a cabeça de Angel ficou completa e bem-aventuradamente vazia. Tudo que importava no mundo era continuar a assistir às veelas, porque se elas parassem de dançar coisas terríveis iriam acontecer... Mais lá no fundo ela sabia que era só coisas de sua cabeça. E enquanto as veelas dançavam cada vez mais rapidamente, pensamentos incompletos e delirantes começaram a se formar na mente atordoada de Angel. Ela queria fazer uma coisa bem impressionante naquele momento. Atirar-se do camarote para o estádio lhe pareceu uma boa ideia... mas seria suficiente?

- Angélica, que é que você está fazendo? - ela ouviu lá longe a voz de Cedrico.

A música parou. Angel piscou os olhos. Ela estava em pé e tinha uma das pernas passada por cima da borda do camarote.

- Ah... Só queria ver mais de perto. - mentiu ela, estava levemente corada de vergonha e com raiva dos truques dos Veelas terem funcionado nela.

- Vem. - diz Cedrico indo até ela e segurando-a para não cair, quando ela arribou a perna da borda do camarote.

- Obrigada. - agradeceu e voltou para a borda, ficando em pé com os braços em cima da mesma. Cedrico ao ver o ato da garota, fez os mesmos movimentos que ela, e se debruçou contra as bordas.

Gritos indignados começaram a encher o estádio. A multidão não queria que as veelas se retirassem.

Cedrico concordava; ele iria, é claro, torcer pela Bulgária, e se perguntou meio vagamente por que estava usando um grande trevo verde preso ao peito. Entrementes, Angel, distraidamente, despertava os trevos do chapéu. Joseph Petrova, sorrindo, levantou-se para Angel e tirou o chapéu das mãos da neta.

- Você vai querer isso depois. - disse ele. - Depois que a Irlanda disser a que veio.

- Hum?! - exclamou Angélica fixando, boquiaberta, as Veelas, que agora estavam enfileiradas a um lado do campo.

Marlene esticou o braço e puxou Angélica de volta à cadeira dela, depois voltou a esticar o braço e puxou Cedrico para uma cadeira ao lado de Angel.

- Francamente! - exclamou Marlene e os dois riram.

Draco olhara por uns breves momentos para o casal, ele estava literalmente a uma cadeira depois de Angélica, que era separada por Narcisa no meio dos dois.

- E AGORA, - trovejou Ludo Bagman. - POR FAVOR LEVANTEM AA VARINHAS BEM ALTO... PARA RECEBER OS MASCOTES DO TIME NACIONAL DA IRLANDA!

No instante seguinte, algo que lembrava um imenso cometa verde e ouro entrou velozmente no estádio. Deu uma volta completa, depois se subdividiu em dois cometas menores, que se projetaram em direção às balizas. De repente, um arco-íris atravessou o céu do campo unindo as duas esferas luminosas. A multidão fazia "aaaaah" e "ooooh", como se presenciasse um espetáculo de fogos de artifício. Depois o arco-íris foi-se dissolvendo e as esferas se aproximaram e se fundiram; tinham formado um grande trevo refulgente, que subiu em direção ao céu e ficou pairando sobre as arquibancadas. Parecia estar deixando cair uma espécie de chuva dourada...

𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐋𝐘𝐓𝐇𝐄𝐑𝐈𝐍 𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋 | 𝐒𝐈𝐌𝐏𝐋𝐄𝐒𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐏𝐎𝐑𝐐𝐔𝐄 •02Onde histórias criam vida. Descubra agora