Não faço a menor ideia de que horas Sarah chegou, só sei que três horas da manhã eu ainda estava acordada assistindo a um filme, ou seja, isso significava que ela chegou bem tarde, ou bem cedo, depende do ponto de vista.
Pra ser sincera, nem sabia se ela havia chegado, nem sabia que horas eram na verdade. Me sentei no sofá o qual eu havia passado a noite e passei meu cabelo bagunçado para trás. Uma fina coberta estava pousada em meu corpo e realmente não me lembro de tê-la trazido para o sofá. Bocejei me levantando devagar e em passos sonolentos me dirigi para o quarto de Sarah.
Abri a porta devagar apenas para me certificar que ela estava ali, e sim, ela estava desmaiada em sua cama e não parecia que acordaria tão cedo. O relógio ao seu lado indicava que já era tarde, 12h36 pra ser exata, uau, me superei.
Tentei não reparar na bagunça de seu quarto, mas era impossível. Tenho certeza que já citei isso aqui, mas eu era realmente uma pessoa muito organizada, não ao ponto de ser compulsiva, apenas não me sentia bem em um ambiente desorganizado. A sala, a cozinha e principalmente meu quarto eram organizados, mas o quarto de Sarah... certo, algumas vezes perdi a paciência e entrei para arrumar, mas assim como ela desistiu de botar juízo em minha cabeça, eu desisti de botar ordem na sua.
Fui para a cozinha, lembrei que Sarah tinha prova nos sábado ás três horas, faria qualquer coisa para comermos e a acordaria porque provavelmente ela não se lembrou disso depois de ter passado a noite transando com Nick.
Fiz hambúrgueres por pura preguiça, mas em compensação, fiz o hambúrguer.
Antes de ter que acordá-la, Sarah se levantou aparecendo com seu pijama curto, o cabelo bagunçado e os pés descalços fazendo barulho no chão de madeira.
— Boa tarde bela adormecida — eu disse e ela soltou um sorriso fraco.
— Boa tarde — ela se sentou — senti o cheiro do hambúrguer — ela disse e sorri.
— Aqui — dei um pronto a ela — e como foi a noite?
— Gostosa — ela pareceu saborear a palavra lambendo os lábios devagar — bem gostosa.
Sorri safada.
— Que horas chegou?
— Cinco e alguma coisa — ela deu uma mordida no hambúrguer.
— Nossa — sorri — então foi bom mesmo.
— Foi, tirando o estranho comportamento de Charlie, a indignação de Nathan quando o amor de sua vida não foi — ela sorriu — foi tudo bem.
— Defina estranho comportamento — eu disse mais interessada do que gostaria de parecer, mas realmente foi inevitável.
— Não quis perguntar, mas ele parecia triste — ela deu ombros — ele é do tipo que sofre calado e resolve tudo sozinho, então preferi não incomodá-lo, sempre foi assim.
Assenti imaginando se ele estaria assim porque eu não fui. Quase gargalhei depois, é claro que não era por minha culpa, acho que nem reparou que não fui, claro que não.
— Mas ele perguntou de você — ela disse.
— Perguntou? — franzi o cenho sentindo meu coração dar um salto.
— Sim, e ele pareceu meio ofendido por não ter aceitado o convite dele.
— Bom, é a vida — eu dei de ombros fingindo que não me importava com o fato dele realmente ter notado minha ausência.
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Senhor Martin
RomanceEmily, uma recém-formada e fracassada no mundo na moda nunca foi fã dos garotos bonzinhos, sempre fora impulsiva, explosiva, irresponsável e muito bipolar, gostar de meninos realmente legais não era algo que costumava acontecer com ela... até um fot...