P.O.V Emily:
Charlie mostrava empolgado as últimas fotos que havíamos tirado para meus pais.
As sessões haviam acabado, e até agora eu achava que tinha algo errado com Charlie que ele fazia questão de esconder de mim, e isso, estava me deixando com medo cada vez mais.
Eu o conhecia bem o suficiente para saber que não era pouca coisa que o abalaria, e também sei que ele me contaria o que quer que fosse, mas dessa vez parecia diferente.
— Filha, você é oficialmente uma modelo! — minha mãe disse empolgada e eu saí de meus devaneios para sorrir.
— Não é pra tanto — sorri envergonhada.
— É sim — Charlie sorriu — depois da exposição, você vai ter que fugir de propostas para posar.
Revirei os olhos para Charlie, sempre muito exagerado.
Segurei sua mão por baixo da mesa e ele sorriu pra mim voltando a conversar com meus pais. Eu gostava da relação que eles mantinham, Charlie era grato a eles por me trazerem a vida, e meus pais eram gratos a ele por me fazer feliz, sem dizer que Charlie é o genro que todos querem, eu tinha muita sorte em tê-lo.
— Essa carinha bonita já nos deu trabalho, pelo menos serviu pra algo além de atrair os encrenqueiros — meu pai disse.
Charlie riu junto com minha mãe e eu ergui as sobrancelhas para ele.
—Então eu dei mais trabalho do que realmente achava que tinha dado?
— Com certeza — eles responderam juntos e eu ri — mas te amamos mesmo assim.
— Agradeço — me curvei de brincadeira e eles riram.
Depois do jantar, voltamos para a casa de Charlie que já era quase minha segunda casa, eu estava com frio, então fui encolhida nele o percurso todo, o que claro, ele adorou. Geralmente Henri não dormia em casa do sábado para o domingo, então ficávamos mais tranquilos, por mais que eu gostasse do meu cunhado, gostava ainda mais quando ele ia se divertir e deixava que nos divertíssemos também.
— Sabe, estava pensando em assistirmos qualquer filme e depois... — Charlie ia dizendo enquanto subíamos pelo elevador.
— Charlie — o interrompi e ele abaixou os olhos até os meus.
— Sim?
A porta se abriu e um homem de terno entrou dando boa noite, retribuímos educadamente e eu olhei para o chão sentindo o olhar de Charlie em mim. Ele segurou minha mão e eu o olhei.
Ele moldou um "tudo bem" silencioso com os lábios e eu voltei a olhar para o chão.
Não estava tudo bem.
Entramos em seu apartamento e só quando a porta do elevador se fechou, ele segurou minha cintura me virando para ele daquele jeito delicado e firme que ele sempre teve.
— Queria me dizer algo?
— Eu quero saber o que está escondendo de mim — eu disse — e quero saber por que esconde de mim.
Charlie engoliu seco.
— Sou tão mau ator assim? — ele sorriu de lado meio trêmulo.
Assenti séria não me deixando levar por seu sorriso, e isso só pareceu piorar para ele. Senti um pouco de pena, mas me mantive séria, eu não podia deixar ele me driblar com aquele sorriso.
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Senhor Martin
RomanceEmily, uma recém-formada e fracassada no mundo na moda nunca foi fã dos garotos bonzinhos, sempre fora impulsiva, explosiva, irresponsável e muito bipolar, gostar de meninos realmente legais não era algo que costumava acontecer com ela... até um fot...