Eu usava uma saia preta, camisa branca manga curta com uma gravata laço preta e pra completar, sapatos pretos com o salto agulha prata. Meus cabelos estavam muito mais bonitos hoje do que costumavam estar, as ondas estavam perfeitas e ele parecia brilhar bastante. Minha maquiagem era bastante básica, apenas o batom vermelho era chamativo, mas afinal, batom vermelho era minha marca.
Eram dez para o meio dia, a pasta com os desenhos estava dentro da minha bolsa em cima da mesa de centro e eu aguardava pacientemente Charlie, ele não parecia o tipo de pessoa que se atrasava.
Mexi no anel em meu dedo me controlando para não morder o lábio e borrar meu batom enquanto andava inquieta de um lado a outro.
— Uau — Sarah apareceu e eu acabei sorrindo.
— Oi.
— Com quem e aonde vai?
Queria ver como iria explicar que ia almoçar com um amigo dela, mas felizmente fui salva pelo gongo, ou melhor, pela buzina.
— Tenho que ir — mandei um beijo no ar para ela, peguei minha bolsa e sai apressada antes conferindo pela janela se era ele mesmo.
Sorri ao vê-lo assim que saí pela porta da frente. Ele estava apoiado em seu carro me esperando, usava sapatos pretos, jeans claros, camisa branca, blazer preto com as mangas dobradas até os cotovelos e uma gravata preta com listras pratas na vertical, estava lindo para variar um pouco, e quando ele não estava lindo?
— Você está linda — ele sorriu me dando um rápido abraço.
— Obrigada — sorri — gostei da gravata.
Ele olhou para a gravata.
— Esqueci de tirar.
— Por quê?
— Eu estava em uma exposição, mas odeio gravatas — ele disse e eu ri enquanto ele tirava a gravata com uma mão e abria a porta do carro com a outra — me sinto um cachorro.
Ri e agradeci entrando no carro, ele colocou a gravata no porta luvas e ligou o carro.
— Vai me dizer para onde vamos? — perguntei colocando o cinto.
— Não senhorita — ele sorriu de lado.
— Mas eu... — desisti no meio da frase me afundando no banco.
Ele me olhou e riu com a minha confusão.
— Mas você vai gostar.
— E se eu não gostar? — sorri.
— Eu faço o que você quiser.
Ah, se ele soubesse como aquilo era perigoso.
— Ok.
Paramos em frente a um restaurante muito bonito, nunca havia o visto antes, devia ser consideravelmente novo. Charlie envolveu minha cintura com o braço entregando as chaves do carro ao funcionário que foi estacionar o carro dele.
— Vamos.
A mão dele pousava em minha cintura de um modo inocente me causando calafrios.
— Kate Baker — ele disse ao homem com uma prancheta.
— Sim, a senhorita Baker os espera.
Eu pensei que era uma grande brincadeira até vê-la sentada elegantemente em uma mesa no centro. Ela tinha uma certa delicadeza e leveza que a tornava tão elegante e fofa que eu tinha sérias vontades de abraçá-la.
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Senhor Martin
RomanceEmily, uma recém-formada e fracassada no mundo na moda nunca foi fã dos garotos bonzinhos, sempre fora impulsiva, explosiva, irresponsável e muito bipolar, gostar de meninos realmente legais não era algo que costumava acontecer com ela... até um fot...