Capítulo 11

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— Meu Deus, aqui é muito frio! — exclamei, abraçando o corpo enquanto seguia Shawn pelo local.

Shawn olhou para trás, rindo quando me viu encolhida.

— Você tem certeza que é de Quebec? — perguntou, virando o corpo, andando de costas pra falar comigo.

Revirei os olhos.

— Eu só sinto muito frio, não é como se todo canadense nascesse com uma barreira protetora para gelo. — Zombei, ignorando o fato de que ele estava com apenas uma camisa e um casaco fino como se fosse o lugar mais morninho em que esteve.

Na verdade, por que ali era tão frio?

A resposta veio segundos depois, após passarmos por uma porta de vidro.

— Você me trouxe para uma pista de patinação. — disse, olhando o local. — Nunca estive em uma.

— Só pode ser brincadeira, certo? — perguntou, parecendo indignado. — Como mora em Ontário há mais de um ano e nunca esteve por aqui? Na verdade, você já foi em algum lugar além do Pickering e sua faculdade?

Mordi o lábio.

— Claro que sim. Eu fui no shopping.

Shawn balançou a cabeça, pondo as duas mãos no quadris, como se estivesse ofendido. Quis rir do quão dramático ele estava sendo.

— Não é grande coisa. — falei.

— Claro que é! — Quase exclamou, segurando em minha mão é puxando para uma das cadeiras da arquibancada. Dois patins brancos estavam ali em cima, o que me fez concluir que ele havia pedido para alguém deixar preparado. — Vou tornar uma missão pessoal te levar em todos os lugares da cidade.

Sorri, mas, no fundo, senti um descontentamento. Eu não poderia sair livremente na rua com ele várias vezes, porque iriam nos ver e Shawn descobriria tudo.

Essa era um dos motivos pelos quais eu odiava mentir. O medo constante de ser descoberta a qualquer momento.

— Você sabe patinar? — Perguntei, vendo ele sentar e começar a calcar os patins.

— Sei, eu jogava hockey na escola. — disse, ficando de pé e me ajudando a sentar.

Estava prestes a pegar o patins quando Shawn se ajoelhou, segurando meu pé e desamarrando o cadarço da bota.

— Você não precisa... — Comecei, estendendo a mão, mas me calei assim que ele deu um tapinha de brincadeira.

Okay, eu não sabia como vestir os patins, de qualquer forma.

Recostei-me no encosto da cadeira, o observando os dedos dele amarrarem com firmeza o meu cadarço.

Franzi as sobrancelhas.

— Como você sabe quanto eu calço?

Shawn ergueu os olhos brevemente.

— Vi naquele dia em que dormiu na minha casa. — Soltou-me, ficando de pé e estendendo a mão.

Fiquei de pé, com dificuldade, me segurando no braço de Shawn para equilibrar o corpo.

Andamos para a entrada da pista de gelo, com ele rindo da forma como eu me movia. Shawn entrou primeiro, seu braço ainda sendo usado como apoio por min.

Passei o primeiro pé com cuidado, o que não adiantou de muita coisa, pois, assim que os dois patins ficaram no gelo, eu escorreguei.

Shawn segurou minha cintura com firmeza, puxando meu corpo em sua direção. Me agarrei em sua camisa, os olhos arregalados com o susto.

Sweet SymphonyOnde histórias criam vida. Descubra agora