16. Futuro?

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Provavelmente já devia ser quase onze da manhã, quando percebi alguém abrindo a porta do quarto que dava para o corredor "onde refletia bem a luz do sol, pois meu quarto não tinha uma janela", imediatamente me irritei xingando com a mão no rosto.

— Qual é?? Meus olhos!!

— Sem desculpa Lana, e se troque por que temos várias visitas hoje!

— Hein?? – com sono, com sono, e... com mais sono. – Diga para voltarem outra hora... – bocejei desmaiando novamente.

— HARUKA!!! – ela puxou de vez a minha coberta, comigo junto.

— AHHH!! – caí praticamente de cabeça no chão. Nem preciso dizer o tão irritada fiquei.

Me troquei antes de descer para o banheiro e tirar a remela do meu rosto. E diferente do dia anterior, todas as minhas energias tinham ido embora naquela apresentação. Depois da música composta para a "dona Regiane", ainda tocamos algumas da Intence Show, LP, a pedido do Ren, até mesmo M.Jackson, que tentei inutilmente dançar um pouquinho, aquilo me detonou inteira com toda certeza. Fora que para o meu azar, ainda naquela noite, começou novamente o período do mês que eu mais odeio... Minha menstruação...

Ca... ce... te!

Eu detesto ficar menstruada, porque além da cólica infernal, a minha menstruação é daquelas que vem de uma vez. Na verdade, nos dias anteriores eu já estava me sentindo toda inchada. Mas as cólicas em si, pelo menos comigo, só começam pra valer quando ela vem. Descendo aquela escada morrendo de dor, me "arrastava" até o banheiro quando me deparei com o Ren.

— Veio hoje, foi? – perguntou curioso.

— Como adivinhou...? – indignada.

— Sua cara de morta entrega.

— What?? – confesso que queria socá-lo depois daquilo, só que quando ia fazer isso, senti uma pontada tão forte, que fui logo com as duas mãos abaixo da minha barriga. – Ai!!!

— Posso aju... – porém o empurrei.

— Sai!! Me deixa!!

Depois de lavar bem o meu rosto e usar o banheiro, fui para a cozinha, já me deparando com o tio Roger conversando com a minha mãe na mesa, ao lado o Ren comia algumas bolachas escutando os dois.

— Bom dia... – dizia isso com "muita" animação.

— Bom dia, garota. – o tio foi o único a me responder. – Está acabada hoje por sinal.

— Como não estar? Tô morrendo de cólica...

Começava a comer um pãozinho com margarina enquanto escutava a conversa dos dois. Ambos comentavam muito sobre o passado pra variar. Só que dessa vez de coisas boas, até mesmo sobre a minha chara. Risos e mais risos ecoavam sobre aquela cozinha, só que depois o tio nos encarou de uma maneira séria.

— Lana, Renato. Não vou mentir que enxerguei um grande potencial em vocês. Creio que com a habilidade de ambos, quem sabe com muito esforço, vocês podem se tornar músicos profissionais, seja tocando em shows, ou até dando aula como professores de música. Enfim concluindo, vivendo da música em si. Só que para isso, quero matriculá-los na faculdade de música o quanto antes.

Na hora questionei.

— Espera aí tio. Não acha que é ainda cedo para isso? Estamos no primeiro ano ainda...

Minha mãe repreendeu.

— Escute bem menina! A oportunidade que ele está querendo dar para vocês dois é algo extremamente único. Quem dera eu ter essa sorte enquanto nova.

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