25. Tarde demais para perdoar.

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Íamos chegando ao aeroporto. Lá, Sophia a avó dela, mais o Ralph e a dona Karla, já nos esperavam, estava perto de dez e meia da manhã, o nosso voou era o de meio dia. Lá fizemos o check-in para poder embarcar, dona Karla se despedia do Ralph com um abraço bem apertado, depois embarcamos. Não vou mentir que estava com medo de voar. Além disso estava bem nervosa.

— O que foi filha? – Minha mãe perguntava preocupada comigo.

— Não é nada... – dizia enquanto passava pelo túnel que dava conexão para o avião.

— Com medo de voar, não é? Sei como é isso, não se preocupe, tá?

Ela podia dizer isso, mas meu coração estava a mil, uma coisa que eu sempre tive medo, foi de altura e pensar em sair do chão não era algo que eu queria passar. Mas não tinha escolha, tinham coisas muito mais importantes do que o meu medo em jogo.

Reparava para os outros a minha volta, Sophia e Ralph estavam tranquilos, provavelmente já tinham voado antes, além que observar os dois, de certa forma doía para mim. Queria demais ter o Renato do meu lado e a cada mês que se passava, mais a saudade aumentava. Ao mesmo tempo, tio Roger estava sentado no acento da frente, mas ele estava bem calado na dele, até mesmo parecia preocupado com algo.

— Lana? – minha mãe me chamava.

— Oi!? – meio espantada, estava perdida nos meus pensamentos.

— Tem certeza que está tudo bem?

— Estou sim..., é que tenho muita coisa na minha mente...

— Vai dar tudo certo menina, pense positivo está bem?

— Vou tentar...

O comandante se apresentava no radio. Depois eles passaram umas mensagens de medida de segurança para os passageiros, "com uma aeromoça demonstrando tudo", falando sobre o uso de mascaras de ar e etc. Por mais que aquilo provavelmente é algo rotineiro, ainda sim me deixava assustada. Não queria nem pensar em ter que usar aquelas coisas.

Então enfim o avião decolou, o primeiro impulso foi algo meio assustador para mim, "podem dizer, eu era uma medrosa chorona, mas como foi meu primeiro voou, dá um desconto, né?" Só que quando bati o olho na janela, me vendo subindo e saindo da cidade, todo aquele medo desapareceu. Finalmente depois de uns cinco minutos, eu já estava acima de algumas nuvens. A única coisa estranha que senti, foram meus ouvidos, senti um leve incomodo de início, "por causa da altitude que influenciava, mas na época eu não sabia sobre a pressão." Eu me apoiava na janela, via o verde das fazendas e florestas lá em baixo. Era tudo tão lindo...

— Que incrível... Queria tanto que o Ren visse...

— Ele vai ver, Lana. – minha mãe dizia tentando me animar.

— Uhum... Deus quiser...

Aquela viagem não demorou muito, foi só um pouco mais de meia hora para chegarmos a capital, quando enfim desembarcamos, o aeroporto estava bem cheio. Me senti perdida ao meio de toda aquela multidão, talvez por ser o primeiro sábado de Julho e ainda ter as férias escolares, explicaria isso.

— Vamos para a loja da minha família a partir daqui. – Ralph comentava. – Lá teremos um bom espaço para continuar ensaiando, então segunda a gente confirma a pré-inscrição que fizemos no site.

Todos concordamos com ele, logo mais esperamos o tio dele chegar no aeroporto com uma van de turismo. Era um senhor de uma aparência jovem até, mesmo já sendo um homem de meia idade.

— Tio Raimundo! – Ralph abraçava ele que retribuía. – Desculpa aí, véio!

— Não matando mais a gente de susto, já ajuda, piá! – logo depois ele observa a gente. – Esses então são seus amigos, certo?

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