Minha mãe e o tio Roger já estavam para ir embora do hospital, chegando próxima de mim, falava.
— Temos que ir Lana...
— Não... – eu dizia séria, sem tirar minha visão do Ren, segurava a mão dele com leveza para não o machucar, mas a minha vontade era de apertar com todas as minhas forças, para ele acordar e me xingar em seguida.
— Lana...
— Eu não vou sair mãe... Até ele acordar...
O tio se aproximou.
— Garota... Nós não sabemos quan... – porém o interrompi.
— EU NÃO VOU SAIR!!! – já chorava encarando todos daquele quarto, até a enfermeira segurava os sentimentos dela ao escutar. – Por favor... Me deixem ficar com ele... – voltava a encarar o Ren, tentando me acalmar, mas ainda com dificuldade para dizer qualquer coisa. Mesmo assim, comentei. – Ele com certeza... faria o mesmo por mim.... Sem pensar duas vezes....
No final, acabei ficando por lá mesmo. E não só aquela noite, mas sim por vários dias. Sempre via o revezamento da mãe e pai dele. Aos poucos eles pareciam perder a esperança que o filho deles pudesse voltar. Ao mesmo tempo, minha mãe e o tio vinham nos visitar, tentando me convencer que eu deveria ao menos dar um pequeno tempo daquilo. Mas eu não queria, eu não podia. Me odiaria se abandonasse provavelmente a pessoa que eu mais amo, tanto quanto a minha mãe.
Assim mais dias foram se passando, minha mãe tinha deixado comigo uma antiga mala do tempo dela de banda que estava perdida na casa do Roger, lá estavam minhas roupas íntimas e também as casuais. Já estava beirando uma semana naquele hospital. Quando a dona Iraci entrou para a vez dela, só que com uma cara bem depressiva.
— Recebi notícias do último exame... Vai querer saber minha filha?
Eu estava acabada, não só corporalmente, mas também psicologicamente. Passar todos aqueles dias no hospital estava acabando comigo.
— Me conte...
— O resultado é no mínimo esquisito... Os médicos disseram não sabem quais sequelas ele terá. Pois aquele sangramento, aconteceu em um local do celebro, que é justamente o responsável por nossa memória... O risco de ele ter se esquecido de tudo, é uma possibilidade. Só que, quando ele vai acordar? Isso ninguém faz ideia... O meu filho passou muito perto da morte, um sangramento desses poderia acabar com todo o celebro...
— Ao menos ele está fora de perigo... – me levantei da cadeira saindo rapidamente da sala com a mão direita na boca, eu já estava chorando quando saí daquele quarto, fui até o final do corredor, me escorando na parede. – Será que ele se esquecerá de tudo...? Até mesmo de mim...?
Meu choro demonstrava meu desespero, até percebi a dona Iraci saindo do quarto, mas ela com toda certeza ficou com receio de vim me consolar. Eu já me sentava no chão ainda escorada, totalmente destruída em pensar naquilo. Queria estar no lugar dele. O Renato não merecia nada daquilo.
— Se não fosse aquela burrice na apresentação... É tudo culpa minha... Tudo...
Desesperada continuava chorando, até que alguém se aproximou de mim.
— Lana? É você? – uma voz familiar me perguntava
— Sophia...?
Encarei a menina ainda derramando lagrimas, ela se agachou e me abraçou.
— Fiquei sabendo o que aconteceu...
O abraço forte dela me consolava nem que seja um pouquinho. Depois disso fomos para uma lanchonete na parte de fora do hospital. Já fazia tanto tempo que eu não saia daquele quarto com o ar condicionado, que senti na hora o choque térmico do calor.
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Intense Show
RomanceFala galera, aqui quem fala é a Lana. Bem, indo direto ao ponto, no mais puro rage aceitei tocar no festival de minha escola com a "minha banda".... Mesmo sem de fato ter uma... - suspira - É.... De todo modo, eu e meu amigo "Renato" partimos em bus...