38/3. Ruínas!

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Estava frio... Estava ventando... Como era possível...? O quarto não tinha janelas...

— Mas quê..? – acordei com muito sono, ao que parecia só tinha cochilado. – Esta cama está tão... Dura...? – quando reparei não estava no quarto, sim dentro de uma enorme construção de pedras. – AHHH!!!

Me sentei muito, mais muito assustada mesmo.

— Quê?? Como?? Onde??? – olhava para todos os lados, o sol batia forte, mas estava frio. Meu corpo parecia bem mais pesado que o habitual. Achei que era por causa do sono, mas não era. Realmente estava. – Meu...? Onde...? Estou...?

Só estava com a roupa no corpo, mais aquele colar, que pesava ainda mais por sinal. Sem dúvidas, ou estava com muito sono, ou tudo era realmente mais pesado naquele lugar.

Segui descalça mesmo. Até onde estava a direção da luz. Quando bati o olho, mau acreditei no que vi.

 Quando bati o olho, mau acreditei no que vi

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— Velho... – me espantei ao ver tanto verde. Mas não achem que era verde de fazenda ou sítios. Aquilo era verdadeiramente uma floresta. As árvores irreconhecíveis. Nunca havia visto nenhuma delas. Ainda ali perto um pouco abaixo e distante dava para ver um lago, que desaguava no mar. – Mar...? Meu deus.... Meu deus!? – dava passos para trás, sem dúvidas, não estava mais na cidade da minha avó. De lá para a costa mais próxima, eram o quê? Uns 500 km? – Caralho... Onde estou...?

O medo predominou meu olhar, caminhei por todo aquele lugar, procurando alguma saída viável, que sei lá... Não desce para uma mata fechada ao menos. Aquele lugar era gigantesco. Sério... Fiquei um bom tempo rodando por lá. Escondi o colar por dentro de minha camisa. Mesmo estando pendurado, eu vestia aquelas mangas curtas, mas sem muito decote no peito, então o cordão dourado mais o medalhão ficaram bem escondidos. Vai saber que tipo de pessoa eu poderia topar num lugar daqueles.

Fora que já estava desesperada o suficiente, para variar... Naquela altura, queria encontrar alguém para pedir ajuda. Ao mesmo tempo, não queria encontrar ninguém por pura precaução. Londrina era uma cidade relativamente grande, então andar um pouco desconfiada faz parte por natureza. Assaltantes e pessoas ruins existem em todos os cantos.

— Ai... – meus pés doíam. – Este lugar é cheio de gravetos e pedras... Assim fica difícil... Se eu estivesse pelo menos de tênis...

Eu achava que não tinha como ficar pior, mas ao caminhar, percebi que algo me perseguia. Imediatamente fiquei assustada. Me perguntava o que poderia ser. Naquela situação que estava, topar com algum malandro era o que eu menos queria.

— Merda...Merda.... Merda! – pensava enquanto caminhava sem querer dar a entender que queria fugir, seja lá de quem fosse. – Vamos Cristiany, tenho que achar algo pra me defender...

Por sorte, um pouco a frente, perto de algo que parecia ser uma janela, vi um pedaço de madeira grosso e um pouco pontudo, não pensei duas vezes e corri para lá e o peguei do chão, rapidamente me virando.

— Quem está aí?? Pare de me seguir!!

Fiquei tremendo de medo encarando a escuridão se aproximar de mim. Aquele lugar que fui parar, não pegava muita luz do sol, e aquela "janela", estava quase tampada por galhos de uma árvore, ou seja lá o que fosse. Conforme aquela coisa ia se aproximando, ia ficando cada vez mais com medo. Fui percebendo aos poucos, o que me seguia, não era uma pessoa. Nem perto disso.

O que me seguia... Era uma espécie de urso...

Ou acho que era aquilo... Quando notei, era um bicho enorme, devia ter o quê? Uns dois metros e meio, ainda nas quatro patas?

— Meu deus... Meu deus... Meu deus............ – tremia encarando aquele bicho. Ele se aproximava lentamente, aparentemente interessado em sua presa, ou seja "eu". – NÃOO!!!

Joguei o pedaço de madeira na fuça daquela coisa, e por incrível que pareça acertou bem no olho direito dele. A criatura deu um rugido de dor e fúria, eu que não era nem besta saí correndo, logo após percebi o bicho me perseguindo. Rapidamente me alcançando, tentando me abocanhar. Sabia que se aquilo me pegasse, não sobraria nada de mim para contar essa história. Então me joguei no primeiro corredor que vi, bem ao meu lado esquerdo. Caí toda desengonçada no chão, mas ainda sim esquivei da mordida.

— PUF! PUF!! – ofegando bem exausta já, meu corpo estava muito mais pesado do que o normal.

O animal, a seguir tentou avançar em mim outra vez, e eu vendo uma pequena abertura para fora da construção, não pensei duas vezes para me jogar para lá, para então escapar daquele "urso".

Só que me fodi e muito por sinal. Aquela passagem dava para um barranco, cheio de arbustos, porém muito íngreme. Rolei um bom tempo, até de fato cair de uma altura de, sei lá, uns três metros até um lago, que tinha uma correnteza relativamente forte.

— SO...SOCO....AHH...SO...RRO... – me afogava tentando pedir ajuda. Não sabia nadar, e lutava para não afundar. – GRUP...AH...AHH... – aos poucos fui ficando completamente sem ar, minha visão totalmente prejudicada e escurecendo, percebia algo se aproximando. Não consegui distinguir o que era, só que parecia ser tarde demais, tudo ficou escuro. 

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