26. Reencontro com o passado.

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Eu ia chegando na loja quase seis e meia da tarde provavelmente. A mãe do Ralph logo me atendeu preocupada.

— Menina! Como você faz uma coisa dessas sem avisar?? Sua mãe está se descabelando inteira atrás de você!

Eu fiquei meio sem jeito para responder a mulher, então decidi ir direto para a minha mãe mesmo. Chegando lá a bronca pra cima de mim foi grande. Com o meu pai atrás de nós duas, eu não podia sair daquele jeito sozinha, porém, como tinha acabado de chegar na capital e sendo um lugar tão distante da minha cidade. Seria impossível aquele homem me encontrar assim do nada. Só que tinha uma coisa que aos poucos foi me deixando preocupada...

O tio Roger...

Já estava dando sete da noite, depois oito, por fim nove e nem sinal dele.

— Onde o tio poderia ter ido...?

— Tenha calma minha filha... – minha mãe já estava deitada num colchão improvisado no chão.

— É fácil dizer mãe...

O tempo foi se passando e assim a noite foi junto. Quando fui acordar no domingo, estava sozinha. Minha mãe quando fui reparar, já estava tomando o café da manhã, já deviam ser quase umas nove horas.

— Bom dia... – eu bocejava chegando próxima da mesa. Além da minha mãe, estava lá a Sophia, Ralph, mais o pai dele, que foi o primeiro a me responder.

— Bom dia menina! Apagou mesmo ontem, hein?

— É, a viagem acabou comigo. – sorria ao me sentar, mas logo bati o olho em volta, perguntando para minha mãe. – O tio ainda não chegou?

Ela balançando a cabeça negativamente, me respondendo com preocupação.

— Ter notícia dele é uma coisa que eu também queria...

Sophia também falava.

— Aonde ele poderia ter ido? Ainda mais sem avisar algo pra gente... – cruzava os braços.

— Ele me disse que tinha um problema para resolver aqui na capital. Mas eu reparei que ele estava meio esquisito ainda na viagem...

Minha mãe também comentava.

— Eu também notei isso. Mas acho que ele deve aparecer até o fim da tarde.

Seja como fosse, ele tinha quebrado a promessa comigo. Não que era algo tão urgente. Eu nem tinha música nenhuma, na real mesmo, só queria conversar com ele, existiam coisas que eu queria muito esclarecer e só seria possível com ele.

Assim o dia foi se passando e minha paciência esgotando. Para tentar esfriar um pouco a cabeça, acabei pegando um dos violões que estavam na prateleira dos usados, puxei um banquinho, comecei a afina-lo, depois a tocar várias músicas que vinham na minha mente. Grande maioria eram de bandas gringas, algumas americanas e até mesmo outras orientais. Só que eu não estava cantando, mas sim só tocando, substituindo a voz pelo próprio som acústico do violão. Não demorou muito para o pai do Ralph aparecer e começar a observar, quando enfim terminei de tocar, ele bateu palmas bem sorridente.

— Tenho que admitir, você toca muito bem mesmo Lana.

— Que nada... – levantei para colocar o violão de volta na prateleira. – Tô longe de ser uma profissional.

— Mas tem talento. Sei do que estou falando. – ele sorria ainda me observando. – Ainda está preocupada com o seu tio, não é?

— É... Realmente estou... Tenho tantas coisas pra pensar, que minha mente fica uma bagunça...

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