31. O coração de Lana.

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Subimos as escadas, até chegar onde meu "pai" estava internado. Dos três disparos que ele levou, um deles pegou bem na junta de sua perna direita, basicamente a destruindo, o fazendo passar por várias cirurgias. Segundo o médico com quem conversamos antes de entrar, as chances dele voltar a andar normalmente, era quase que zero e como se ainda não fosse o bastante, ele ainda corria um enorme risco de amputação. Tudo por causa de uma infecção que teve naquele local.

Não vou mentir, que fiquei triste com aquela notícia. Só que ao mesmo tempo, meu consciente achava no mínimo merecido, depois de tudo que ele fez. Só que eu não queria pensar daquela maneira. Queria realmente saber qual seria a dele. Especialmente, ajudá-lo a superar aquele mesmo passado que minha mãe e tio ainda lutavam para vencer.

— Fala Carlão! – Ralph chegava próximo do policial.

— E aí, fera?

Os dois se cumprimentavam. Logo o policial que de certa forma era jovem, devia ter, sei lá. Uns vinte anos talvez, me falou bem sério.

— Se não se importar, eu vou ficar lá dentro também. Teoricamente nem poderia deixá-la entrar menina...

— É, eu sei...

Ralph se sentando em uma cadeira ali próxima, já dizia para mim, bem preocupado.

— Boa sorte Lana... Vê se toma cuidado.

— Pode deixar, morcego... – sorria para ele, que fazia o mesmo.

Imediatamente depois daquela breve conversa. Entrei junto com o policial. Via meu "pai" deitado, com uma algema que prendia o pulso direito dele a cama. Ao mesmo tempo sua perna estava envolvidas em faixas, além de imobilizada. Ele encarava o lado de fora. Aquele domingo estava bem ensolarado e isso o deixava aparentemente bem deprimido.

Logo que escutou nós dois entrando no quarto, ele virou o rosto para o nosso lado. Imediatamente encarando principalmente a mim.

— Menina...? – bem assustado. – O que faz aqui??

— Vim conversar... – chegava um pouco próxima da cama. – Tem coisas que você precisa saber...

— É o que seria? – ainda continuava desconfiado.

— Sobre a Lana... A do passado...

Ele quando escutou, fechou o olhar.

— Por que iria querer saber daquela mulher? Fui querer remexer no passado e olha aonde vim parar... Diga para a sua mãe, para não mandar uma... – porém o interrompi me irritando um pouco.

— Ninguém me mandou aqui, Ricardo... Nem minha mãe... Muito menos o Roger...

Ele então ficava um pouco espantado.

— Quer dizer...? Que veio aqui por conta própria? Por quê? – o olhar de dúvida, predominava no seu rosto.

— Como te disse ainda agora... Preciso contar algumas coisas pra você... Será que pode ao menos me escutar um pouquinho?

Não tive uma resposta, porém o olhar de dúvida dele, meio que indicava o seu interesse em saber.

— Vou ser logo direta... Você sabia da doença?

— Doença? Do que está falando?

— Da doença da Lana...

De repente o olhar dele mudou completamente.

— Que história é essa? Desde quando a Lana estava doente? Ela mais o Roger e sua mãe, os três só ficavam perdendo tempo em vez de se concentrar no nosso futuro... Que diabos de doença é essa, que ela estava boazinha de saúde, bem na frente dos meus olhos??

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