40/5. O misterioso colar do tempo.

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Sammy se sentou no banco, eu na cama de madeira, que usava uma espécie de planta como colchão. Aquilo me lembrava até algodão de tão macio, existia um pano por cima para forrar, mas ainda deixava ela um pouco a mostra nas beiradas.

— Deixa eu ver se entendi. – ele estava bem confuso. – Você adormeceu em uma casa nessa tal cidade, e acordou no templo de Lunar...?

— Exatamente... Tudo isso depois que descobri este colar no antigo quarto de minha mãe... – retirei ele de dentro da minha camisa, e quando ficou de fato a mostra, o rapaz se assustou a ponto de levantar da cadeira.

— Mas como assim??? Sua mãe tem um deles??

— Um deles, o quê?? O que é este colar, Sam??

O cara deu uma longa suspirada antes de se sentar novamente. Com mais calma tentou me explicar.

— Minha mãe desapareceu há algum tempo, Cristiany... Estive com o tio dela nessas últimas estações, mas não me contive. Comecei a procurar sobre o paradeiro dela, e tudo apontava ser esta ilha...

— Mas por quê? E o que tem haver com este colar...?

— Aí é que está... – ele abria o diário da "mãe dele". – Aqui diz, que isso daí é uma espécie de colar do tempo... Parece que ele pode levar as pessoas em lugares diferentes e épocas também.

— Portais do tempo...? – assustada.

— Como você leu um pouco, acho que já deve ter uma pequena base...

— Mais ou menos... – segurava o queixo, mais encucada do que nunca. – Meu... O que minha mãe tem haver com essa história...?

Ele ficou bem pensativo, aparentemente também parecia montar um gigantesco quebra cabeças em sua mente.

— Ao que sei, essa Lana também é sobrinha do tio da minha mãe... Então...

Me espantei imediatamente.

— Se trada de Roger Elfinder???

— Parece que já o conhece...

— Não exatamente... – olhava pra baixo. – Minha mãe sempre está ocupada, tomando conta da empresa que ele era dono... Só que conhecê-lo, isso nunca cheguei... Só escutava dele da boca de meus pais...

— Bom... – suspirou bem fundo. – Um pouco antes de eu nascer, houve uma grande guerra entre as nações... Minha mãe esteve envolvida nelas, ao mesmo tempo caçando alguém... Não sei quem de fato era, mas parecia ter algo haver com a família de Rana. Uma amiga muito próxima dela... Depois de um tempo, mais inúmeras pesquisas com o mestre Ekusiad, ela desapareceu... Fora que o que eles principalmente estudavam, era um colar desses... Só que não estava trincado...

Encarei aquela coisa por um pequeno período, tentando assimilar toda aquela fantasia que escutava... Ou era o que eu queria imaginar que fosse. Quem me dera-se aquilo fosse somente um sonho, e que eu já, já, acordasse na casa de minha avó.

— Ai... – me beliscava de leve. – Realmente... Devo estar ficando louca... – ria comigo mesma.

Sammy se levantou, caminhou até mim com um olhar triste, porém passava uma força misteriosa. Algo que de algum modo, me confortava.

— Roger me contou sobre seu mundo... Eu achava que era fantasia também, aos poucos, conforme fui pesquisando a história de minha mãe. Vi que realmente existia... Por isso achei familiar os nomes dos lugares que você disse... – cruzava os braços. – Acho que devem ter mais citações sobre eles neste diário, Cristiany...

— E... O que fazemos agora...?

— Primeiro, voltaremos ao templo... Temos que descobrir o porquê de você ter ido parar lá... Quem sabe assim, podemos te mandar de volta...

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