19. Renato...

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Já era quinta feira e ainda estávamos escondidas na casa do tio Roger.

— Até quando vamos continuar aqui...? – eu reclamava indignada.

— Até ser seguro filha...

— E quando vai ser seguro...?

O silêncio dela me deixou bem pra baixo, já não aguentava mais ter que ficar escondida naquele local.

Fui até a sala, peguei o telefone fixo do tio, tentava puxar na minha mente qual era o numero da casa do Renato, como já era umas três e pouco da tarde, provavelmente ele já estaria em casa. Além que estranhava o fato de ele não ter nem sequer ligado para mim desde aquele dia. Será que ele estava bem?

— Atende vai...

Porém nada. Imaginava se talvez ele estaria só ocupado com algo, mas mesmo assim pensar no pior insistia em ficar na minha mente, porque por mais que o problema era comigo e a minha mãe, não descartava a possibilidade do meu pai fazer algum mal ao Ren, só por ter visto a gente juntos.

Já estava ligando pela sétima vez quando dona Iraci atendeu.

— Graças a deus alguém me atendeu... – suspirava aliviada.

— Lana... – imediatamente, a mãe do Renato começava a chorar. – O Renato... Ele não está bem...

Naquele instante chamei a minha mãe e o Roger, a dona Iraci nos falou que ele estava no hospital, pois teria sentido uma enorme enxaqueca e dessa vez desmaiado de tanta dor. O Renato sempre teve problemas com dores daquele tipo, só que nunca algo tão grave assim.

Quando chegamos, eu vim descobrir de verdade o que tinha acontecido. O Ren tinha uma veia inchada próxima do celebro e o que rolou, era que aproximadamente, algumas horas depois daquele incidente com o meu pai, ela acabou estourando e ele por consequência desmaiando. Eu chorava demais segurando a mão dele, ver o Renato esticado em uma cama, basicamente em coma depois daquilo, me deixou tão mal, que dificilmente vou conseguir demonstrar nesse texto.

Até cheguei a me perguntar, se tudo aquilo teria sido culpa dos socos do meu pai, porém o médico explicou para a minha família, que isso já vinha de tempos antes, os socos em si, de certa forma só aceleraram o rompimento delas, o que resultou em uma cirurgia de emergência. Fora que isso também explicava o porquê que meu amigo sempre tinha dores de cabeça, vira e volta.

Olhava para o pai do Ren que estava muito abalado, ele e a mãe se revessavam para ficar cuidando do filho.

Eu chorava tanto, mais tanto...

Me lembro do pai dele me abraçando, me dizendo que ia ficar tudo bem, que alguma hora o Renato ia acordar, voltando tudo ao normal.

Engraçado, não é? Eu que deveria dar uma força para a família dele, mas no final, eu mesma era que precisava de consolo...

Mais do que nunca, meus pilares pareciam desmoronar.

— Ren... me perdoa...

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