23. Destruidor de laços.

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— Como assim...? – estava um pouco incrédula, será que tinha coisas sobre o passado da banda que eu ainda não sabia, para variar?

— Roger sempre foi um playboy mocinha... – basicamente desabando em cima da mesa ele continuava. – Nunca ganhamos muito dinheiro com a Intence Show... Mas ainda sim tínhamos um grande nome aqui na região... Com muito esforço, conseguimos até gravar algumas fitas para vendas... – me encarava ainda na mesa, somente virando um pouco o rosto. – Imagine você, se matando por pouco e quando tem uma ótima oportunidade, tudo é jogado fora...

— Está falando da apresentação de Porto Alegre? – agora eu dizia com um pouco de raiva. – O Roger e a minha mãe voltaram por um bom motivo! Como você queria que eles tocassem, com a Lana naquela tragédia??

— Aquela desgraçada?? Pois fique sabendo, que ela não era lá tão santinha como os dois dizem!

O Ricardo se levantou com raiva, ainda dizendo.

— Tem ideia do tanto que ela queria se livrar de nós??

— O que quer dizer com isso?? Ela não queria que a banda crescesse?? – tentava me soltar inutilmente daquela cama, mas as cordas que me prendiam estavam muito bem apertadas, exceto do meu pé direito, mas ainda que o livrasse, como poderia sair de lá?

— Ela queria que todos relaxassem!! Ninguém levava nada a sério!! Cantores profissionais precisam levar duro!! Não tem como chegar ao sucesso se não forem focados no objetivo!!

— O que adianta serem focados e ao mesmo tempo infelizes?? – logo fiquei ainda mais indignada. – Eu vi algumas gravações de vocês!! O clima entre todos estava péssimo! Como queria ganhar aquele concurso assim??

Ele de repente saiu do quarto reclamando consigo mesmo.

— Você é exatamente como aqueles três!! – batendo a porta.

Realmente aquele homem estava irritado, escutava ele batendo na parede, xingando minha mãe e o Roger. Só que o nome que mais era citado sem duvidas foi o da Lana. Era de certa forma engraçado, pois toda vez que o nome dela era dito, às vezes parecia que existia uma certa admiração por ela, mas outras, eram muitas críticas, especialmente por ela ter "desistido" da banda. Nessas horas até começava a me perguntar: Será que ele não sabia que ela tinha adoecido?

Assim um bom tempo se passou, existia uma janela próxima de mim que dava para um muro alto. Lá notava que já tinha anoitecido.

— Me pergunto, como deve estar minha mãe...? – eu fiquei muito preocupada como estaria o psicológico dela. Ainda mais porque o maior medo dela tinha se concretizado.

Só que antes de eu poder pensar em algo mais, começava a escutar uma voz de uma mulher se desesperando.

— Eu não acredito nisto, Ricardo!! Você por acaso está louco?

— Eu precisava!!

— Ela é só uma menina!!! Ela não tem culpa do passado de vocês!!

Lembro que aquela discussão durou alguns minutos, depois de tudo, parecia que ambos resolveram se acalmar, assim não dando para escutar mais nada de lá.

Muito cansada, não sabia que horas já eram. Lutava para me manter acordada naquela noite fria. Me tremia por não ter nem uma coberta sequer, começava a chorar de medo e angustia.

— Por que tudo da tão errado?? Primeiro o Ren... Agora isso...? – suspirava bem pensativa. – E eu estava tão perto de unir o a Ralph e a Sophia... – então ainda em lágrimas começava a rir de mim mesma. – Porra... Olha só o seu estado hein, Haruka? Toda amarrada, ainda se preocupando com os outros a sua volta? – suspirava cansada. – Fazer o quê? Eu sou assim, não é?

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