Pedalava o mais rápido que podia, ainda assim sentia uma certa dificuldade para guiar aquela bicicleta, mesmo com aquele curativo, o meu braço direito doía demais. Mas aos poucos consegui chegar na casa da dona Karla, logo apertei a campainha várias vezes.
— Vamos!! Atende!!
De tanto eu insistir a senhora abriu o portão com tudo, bem irritada por sinal.
— Pelo amor de cristo!!! Por que esse desespero todo?? – logo ela notou que era eu. – Espera?? Lana?? O que faz por aqui?? Não deveria estar na casa do seu tio???
— Não tenho tempo para explicar!! O Ralph está por aí??
— Ralph...? Ele está fazendo um bico naquela padaria da Tangará...
— Aqui da rua de trás?? É tudo que eu precisava saber!! – já ia saindo as presas para a padaria, mas a mulher logo me impediu segurando a bicicleta.
— Mocinha!! Devia tomar mais cuidado!! Você não tem ideia do que aconteceu ainda, não é??
— Quê? Como assim? – fiquei confusa na hora, havia algo que eu ainda não soubesse, para variar?
— Não de uma de inocente menina!! Vai dizer que sua mãe não contou o que aconteceu com a Luiza?
Na hora que escutei isso levei um choque. O que teria acontecido com aquela idiota, que eu teria que saber? Só que o que escutei não foi nada bom. Ao que parece, meu pai nesses dias não ficou parado. Minha casa tinha sido arrombada ao meio da noite e o mais esquisito, é que absolutamente nada foi levado. O pior de tudo, é que pouco tempo depois a Luiza foi atacada no caminho de casa. Segundo ela, um homem teria arrastado ela para uma rua escura, depois basicamente fez um interrogatório com ela, tudo para ter notícias sobre mim e o "garoto" que andava comigo.
Além disso, o que mais me indignou, foi que a polícia que deveria estar atrás dele, parecia que tinha esquecido da existência do infeliz . Só que por um lado, isso nem deveria ser uma surpresa, pois infelizmente, no país que vivo, especialmente naquele tempo, a polícia nunca foi lá muito "efetiva". Ainda mais numa cidade pacata como aquela, que não era de acontecer nada muito relevante. "Não menosprezando os guardas, pois eu mesma conheço alguns municipais que sempre faziam um trampo legal, mas tenho sim que admitir que o caso do meu pai, parecia que nem existiam."
— Tome cuidado Lana, não sabemos para onde aquele homem anda! Você não deveria estar andando por aí sozinha! Ainda mais... – de repente ela encarou o meu braço. – O que aconteceu com você, minha filha?
— Ah... Isso? Nada! – tentava sair logo de lá para não precisar contar mais nada. Até porque, não ia saber explicar como aquilo surgiu no meu braço mesmo. – Vou encontrar com ele na padaria! Até depois dona Karla! – arranquei com a bicicleta.
Mesmo com ela gritando por mim, segui em frente, logo pegando a rua que descia ao lado do cemitério, passando logo após pela igreja ao meu lado esquerdo. Bem próximo já tinha a padaria e assim que bati o olho, lá estava o bendito.
— Ralph!! – entrei deitando a bicicleta na entrada, ofegava sem folego. – Preciso falar com você!!
— Tu de novo, morcega?? – bem espantado ao me ver.
— Chega dessa coisa de "morcega"! Aquele instrumento que você tinha, era um baixo? Era??
— Instrumento? – então ele se lembrou. – Se está querendo dizer, aquele que eu carregava naquele dia? – logo cruzou os braços. – Já vou avisando que não posso vender, por que não é meu.
— E por acaso, ele pertence a uma garota chamada Sophia???
Quando disse isso, quase que aquele homem teve um "troço", saindo de trás do balcão, indo em minha direção segurando meus ombros com força e de certa forma desesperado.
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Intense Show
RomanceFala galera, aqui quem fala é a Lana. Bem, indo direto ao ponto, no mais puro rage aceitei tocar no festival de minha escola com a "minha banda".... Mesmo sem de fato ter uma... - suspira - É.... De todo modo, eu e meu amigo "Renato" partimos em bus...