Capítulo 8

4.2K 267 15
                                    

"Meu som não vai virar novela, vai ser de verdade, uma história de eu e ela cantando em bares, bebendo em bares, que se dane o mundo..."

Agatha


Acordei sentindo um cheiro delicioso de  café, assim que abri meus olhos senti falta de Luan, ele não estava na cama. me levantei e respirei fundo me lembrando de tudo que aconteceu.

Ontem, assim que ele chegou eu o ajudei a tomar banho e com todo o cuidado o coloquei na cama. Ele havia consumido muito álcool e com toda certeza o triplo de drogas, afinal, ele falava palavras incompletas enquanto gesticulava e por muitos momentos chegou a delirar.

Continuei caminhando e ao chegar na cozinha, notei que além do café ele também estava com alguns pães. Ele se virou e se deparou comigo ali parada. Automaticamente abriu um sorriso lindo e andou em minha direção.

Luan: Oi amor, me desculpa por ontem, eu sei que fiz merda. - notei que seu olhar estava triste e realmente havia sinceridade em suas palavras.

Agatha: Oi, eu sei que você não fez por querer. -falei caminhando em sua direção.

A manhã passou rápida, ficamos a maior parte do tempo juntos e somente no início da tarde Luan saiu para fazer um "corre" como diz ele.

Ele estava vendendo drogas por uma área especifica do morro, geralmente saia pra lá no início da tarde e só chegava pela madrugada. Afinal, as vendas se intensificavam durante a noite em que os bares do morro ficavam lotados.

Mas hoje ele me disse que eu deveria me arrumar para acompanhar ele, ter esse "negócio" era excelente pra mim, afinal, eu sempre acabava curtindo também. O lado ruim era ter que oferecer as drogas, por muitas vezes eu ficava com vergonha e tinha que usar algo ou beber antes pra ficar soltinha e não me importar, pois, o nosso objetivo era conseguir dinheiro.

Luan: amor? já tá pronta? vou só jogar uma água no corpo, hoje o barzinho do seu Luiz tá no pique. - entrou em casa falando meio embolado.

Agatha: Tô pronta minha vida!- Respondi animada. - Caminhei ate ele dando um beijo em sua boca. Ele era lindo, aquela cara fechada que eu era apaixonada.

Luan: você sabe que te amo, né preta? - falou entre os selinhos. 

Agatha: eu também te amo, te amo mais que tudo!- falei toda boba. Em seguida, ele saiu para o banheiro.

Eu não menti, muito pelo contrário, as vezes eu ate tinha medo do quanto eu o amava. Fui capaz de deixar uma vida confortável, deixei todo o respaldo financeiro da minha família e o futuro brilhante que eu teria apenas para viver esse amor.

Não me arrependo, estar com ele faz com que eu me sinta completa e realizada. Despertei dos meus pensamentos quando Luan ficou pronto e saímos de casa.

Antes que começar as vendas eu caminhei até o bar e pedi um Copo de vodka, não pensei duas vezes antes de soltar dois comprimidos no copo e vi eles se diluírem em segundos. Os primeiros goles foram rápidos e pouco tempo depois comecei a sentir o meu corpo relaxar.

Ofereci a mercadoria para varias pessoas, algumas aceitavam e outras que eu já tinha vendido caminhavam em minha direção sem que eu precisasse oferecer. Algumas meninas me olhavam com nojo enquanto alguns meninos soltavam gracinhas pra mim.

Me aproximei de Luan e o abracei.

Agatha: amor, já chega por hoje né? - Perguntei querendo ir pra casa.

Luan: Agatha, que isso, agora é que a noite vai começar! - falou sorrindo.

VICIADA (1° Temporada da Trilogia: Realidade da Favela)Onde histórias criam vida. Descubra agora