Capítulo 25

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Alemão

Passei a manhã na boca resolvendo uma pendências e fazendo todo o lado financeiro, já chamei o Mano zito e entreguei a ele os nomes dos vacilão que tão devendo e mandei meter pipoco. Tão achando que aqui tem comédia, só pode.

A tarde levei os menó pra a sorveteira e fiquei sentado lá, bateu maior neurose enquanto eu tava olhando o parquinho e lembrando de quando eles era pequenos, foi foda pra mim, criar deles sozinho, mas hoje, tenho um orgulho do caralho do que fiz.

Depois de levar os menó pra casa e dar um pião pelo morro, resolvi ir no quartinho ver a doidoda lá, e quando cheguei fiquei viajando enquanto ela tava alisando a barriga. Bagulho sinistro isso, eu não era pai da menina, mas já sentia que ela era minha.

A mina de repente abriu maior olhão e se assustou quando me viu aqui. Ela tava quase parindo a menorzinha e assim que essa parada acontecesse ela ia ter poucos dias pra amamentar, enquanto eu encontrasse um leite que desse certo e depois fim.

Agatha: Oii, Alemão. - falou com a voz de sono.

Alemão: vim pagar simpatia pra o teu lado não, só vim saber se tu tá precisando de alguma parada? - perguntei encarando ela.

Agatha: não, tá tudo certo, mas eu passei o dia sentindo algumas dores e acho que  pode ser que piore. Mas, Mariana não vai estar aqui e eu tô com medo da minha bolsa estourar e não ter ninguém aqui pra me ajudar.

Alemão: tô ligado, vou ligar pra ela vir pra cá. - falou.

Agatha: Alemão -me chamou assim que eu virei as costas pra sair.

Alemão: O que foi caralho? - falei sem olhar pra ela.

Agatha: Como vai ser quando ela nascer? - ela me perguntou com os olhos cheio de lágrima, bagulho foda, irmão.

Alemão: vou bater a real contigo. A menorzinha vai ficar sob a minha proteção. Vai ser criada como minha filha, e tu vai seguir tua vida, assim que ela nascer vai ficar no máximo uma semana aqui e depois eu sumo com ela da tua vida. Te quero fora do morro. Ninguém sabe quem é tu, todo mundo acha que te matei, então tu pode seguir a tua vida do jeito que tu quiser- falei de cara fechada pra aquela comédia.

Ela se levantou da cama e colocou a mão no rosto limpando as lágrimas. Tava quetendo o que? Fazer eu ter pena, quero mais é que se foda.

Agatha: olha, eu tenho uma proposta pra você...- tentou falar mais eu cortei logo.

Alemão: não tenho que ter assunto contigo não mina. O assunto tá dado, tu vai seguir tua vida e pronto.

Agatha: só me escuta, por favor.

Fiquei calado, queria mesmo ver a palhaçada da propsta que ela queria fazer.

Agatha: Como você mesmo disse, ninguém aqui me conhece. Eu mudei muito a minha aparência depois que eu larguei as drogas. Então, eu gostaria de saber se você podia arrumar um barraco pra mim, só enquanto eu consigo um emprego, posso até ficar aqui. Eu te prometo que nunca vou procurar a Sofia, nunca vou na sua casa ou vou tentar tirar ela de você. Eu só quero poder ver ela pelo morro, ou correr o risco de passar por vocês na rua, quero ter a chance de ver ela, pelo menos de longe. - falou suspirando de um jeito triste.

Alemão: tu acha que eu vou dizer a ela que a mãe é a viciada que ela encontra nas esquinas dos becos? tu é foda se acha que eu vou fazer isso.

Agatha: Eu nunca mais vou usar nada, te prometo isso. Pode colocar todo mundo de olho em mim, no dia que eu usar qualquer coisa você me expulsa daqui. - falou me olhando nos olhos.

Agatha: Não precisa dizer que eu sou a mãe dela, eu fico na minha, te juro. - falou mais uma vez.

Não falei nada, travei legal, sai dali batendo a porta. Minha mente tava a milhão.

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Será que Alemão vai aceitar essa proposta?

O que ele achou dessa atitude de Agatha?

Será que Agatha voltará ao vício?

O que acham?

VICIADA (1° Temporada da Trilogia: Realidade da Favela)Onde histórias criam vida. Descubra agora