Capítulo 63

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Agatha

Depois que terminei de fazer a comida todo mundo correu pra a mesa e se eu não tivesse colocado logo meu prato não tinha sobrado comida pra mim.

Era estranho estar rodeada de pessoas depois de tantos anos sozinha. Eu amava ter eles aqui porque era muito triste fazer as refeições sozinha e não ter ninguém pra conversar.

A minha vida foi uma verdadeira montanha russa. E era estranho quando eu pensava que até um tempo atrás eu era só uma jovem que buscava festas proibidas em morros.

Era uma adolescente querendo curtir o máximo da vida e em pouco tempo eu era uma viciada prestes a morrer.

Dar a luz a Sofia me despertou pra a vida. Junto com a vida dela ao mundo veio também a minha vontade de viver. E depois, pude viver todo esse turbilhão de sentimentos.

A convivência com os meninos, Sofia e também com o Alemão me fizeram muito bem, mas eu não posso mentir que ainda tenho medo dele e do que ele faz.

Ele é um bandido, não qualquer bandido, ele é um dos fortes. Ele é super carinhoso com os filhos, tem uma super responsabilidade em criar eles sozinho e eu valorizo muito isso.

Mas eu também conheço a outra versão dele, sei que quando ele tá com raiva ele muda completamente, ele se transforma. Ele sabe onde é como me machucar.

Ele criou a Sofia por longos anos longe de mim. Eu sei que ele não tem sentimentos por mim, arrisco até mesmo dizer que eu posso passar uma vida inteira ao lado dele e ele jamais irá me amar.

O único sentimento que ele tem por mim é a posse. Eu sei que ele me quer ao seu dispor, pra usar quando é como quiser. Existem muitos lados ruins nessa história toda, mas o pior deles é que eu não sou como ele.

Conviver com a idealização de uma família vai ser incrível pra mim, assim como já é. Eu vou amar desfrutar tudo isso e tenho medo de me apegar as migalhas que ele vai me dar.

Tenho medo de ficar tão apaixonada pela ideia de ter um lar que eu não perceba a hora certa de parar e seguir a minha própria vida.

Ouvi a voz de Alemão e despertei dos meus pensamentos. 

Alemão: Aí Agatha, vai ficar com essa cara porque? Vai lá Sofia, vai dar um beijo na tua mãe pra ela parar de neurose- falou e me deu um sorriso.

A Sofia correu em minha direção e me deu um beijo, as lágrimas saíram dos meus olhos com aquela cena diante de mim, eu poderia enfim ser reconhecida pela minha própria filha como mãe dela.

Sofia: Eba, eu tenho uma mamãe! - gritou pra mim e os meninos olharam aquela cena tão felizes.

Agatha: Sim meu amor, você sempre teve a mim- falei com lágrimas nos olhos.

Sofia: Eu te amo mamãe- falou toda feliz

Agatha: Eu também te amo, meu amor- falei emocionada.

Isso foi o que eu almejei por longos seis anos, mas agora vivo com o medo constante de tudo desmoronar e isso não passar de um sonho. 

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Ain Gente, a Agatha descreveu tão bem o Alemão.

Enfim a Soia vai ter uma mãe, a verdadeira e única mãe que ela sempre teve e não pôde viver isso.

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VICIADA (1° Temporada da Trilogia: Realidade da Favela)Onde histórias criam vida. Descubra agora