Capítulo 21

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Agatha

Os dias se passaram e eu ia melhorando pouco a pouco. A minha crise de abstinência tinha sido o período mais difícil que passei por toda a minha vida, fora isso, ainda vinham os sintomas da gravidez e também os danos psicológicos de tudo o que eu passei.

Alemão não veio mais aqui e eu agradeço por isso, dia após dia eu tenho me culpado por ter caído no fundo do poço e hoje, não vou poder criar a minha filha porque tomei várias decisões erradas.

A enfermeira que me ajudou durante todo esse tempo se chama Mariane e ela tem me ajudado constantemente, sendo não só minha enfermeira como também uma amiga, já que estou trancada aqui desde o dia em que tudo aconteceu.

Mariane entrou acompanhada de um outro rapaz, ambos vestidos de branco. Eles tinham um aparelho em suas mãos. Através desse aparelho conseguiríamos ouvir o coração da minha princesa novamente.

Agatha: Olá Mari, como você está? - perguntei Alegre por estar na companhia de alguém.

Mariane: Oi Agatha, esse é o Pedro, ele trabalha comigo aqui no postinho. Vamos ver se está tudo bem com ela, ok? - perguntou com um belo sorriso no rosto.

Agatha: tudo bem, essa mocinha anda bem sapeca, ela não para de se mexer, acredito que ela vai ser bem impaciente- falei sorrindo enquanto passava as mãos pela minha barriga, mais uma vez.

Então eles organizaram todo o material, me fizeram algumas perguntas e no final confirmaram que estava tudo bem.

Mariane: No próximo mês Pedro me acampanhara novamente. E como está tudo bem, você deve tomar mais essas vitaminas, ok? - perguntou de forma séria enquanto me entregava alguns remédios.

Agatha: tudo bem, espero que ela permaneça assim até o final da gestação. - falei com um tom preocupado e Mariane apenas me deu um sorriso tímido.

Tive medo, o desespero me tomou, algo estava errado e eles certamente estavam me escondendo algo. Respirei fundo e falei:

Agatha: sei que alguma coisa está errada, me diga o que está acontecendo. -falei determinada tentando esconder o pavor que eu estava sentindo.

Mariane: Agatha, eu sei que está desesperada, mas sabemos que você fez uso de drogas e isso pode prejudicar o desenvolvimento neurológico do bebê. Além disso ele pode nascer e ter um crise de abstinência, além de má formação neurológico ou congênita. -falou de uma forma sutil e reconfortante.

Agatha: Eu entendi sim Mari, obrigada por tudo. - falei com a voz fraca.

Mariane: quer que eu fique um pouco mais e te faça companhia? - perguntou enquanto acariciava minha mão.

Agatha: não, tudo bem. Eu gostaria de dormir um pouco, acho que essa mocinha precisa descansar depois de todo esse esforço que ela faz a cada vez que chuta. - falei fingindo um sorriso.

Nos despedimos e Mariane saiu. Assim que a porta se fechou eu desabei em lágrimas, o pavor me tomou.

Era muito duro enfrentar a realidade de que a pessoa que mais deveria amar e cuidar da minha princesa foi a responsável dela estar assim. Além de tudo o fato de haver a possibilidade dela ter doenças ou deficiências ainda é mais desesperador.

Passei o restante do dia entre lágrimas e lamentações. Levantei a minha blusa e fiquei acariciando a minha barriga enquanto pedia a Deus que livrasse a minha filhinha de todo o mal.

Eu esperava que ela encontrasse uma boa família que a amasse e cuidasse dela de uma forma que eu jamais conseguiria.

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Ain Gente, tadinha da Agatha. Que situação delicada essa em que ela.

O que vocês acham que vai acontecer com a Agatha? A filhinha dela?

VICIADA (1° Temporada da Trilogia: Realidade da Favela)Onde histórias criam vida. Descubra agora