Capítulo 82

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Agatha

Acordei cedo. Estava meio nervosa sem saber o que esperar, laranjinha me esperava no carro e assim que entrei seguimos o nosso caminho.

Assim que o carro estacionou na pprta do prédio onde eu morava, notei o que o porteiro era diferente, assim como o aspecto do prédio.

Algumas pessoas entraram e eu não fazia ideia de quem seriam.

Laranjinha: Aí, vou te esperar aqui. Tem mais dois manos no final da rua, dentro do prédio tem um mano no apartamento 225. Na rua de trás tem dois carros um Corolla preto e uma hillux branca. No Corolla tá o Zito e no outro carro o mano play. Qualquer bagulho me aciona e se o bagulho esquentar só tenta encontrar algum de nós, se ligou? - falou sério enquanto olhava pelo retrovisor.

Agatha: Tudo bem. - falei determinada.

Alemão já tinha conversado comigo e me alertado sobre a questão da segurança. Ele não era qualquer pessoa e dentro do morro era bem mais difícil de acontecer alguma coisa, então sempre que eu ou os meninos saímos vinham vários homens pra fazer a proteção.

Eu raramente saia do morro, mas cada vez que o meu filho mais velho saia eu ficava apavorada, afinal, dia após dia eu me envolvia mais nessa vida deles. A notícia que o Alemão tinha uma fiel correu rápido demais e poucos dias depois a minha foto já circulava vários morros.

As pessoas ainda não faziam ideia sobre a minha gravidez, só quem sabia além da minha família era o Zito e o Laranjinha. Com a minha entrada na vida do Alemão até o meu nome tive que mudar, então agora as pessoas me chamava de Águia ou até mesmo de patroa.

Eu sabia que ser ligadas a eles era um caminho sem volta, mas eu jamais poderia me afastar dos meus filhos, então aceitei e me entreguei o mundo do crime.

Para a polícia eu era associada ao tráfico. Para a facção eu agora era um deles, mas Para os meus filhos eu sempre seria a Agatha tão meiga e carinhosa.

Aprendi a atirar, mudei minha forma de ver o mundo e as pessoas. Eu pertencia a um mundo sujo e eu não podia ser tola, caso contrário coisas ruins poderiam acontecer a minha família.

Abri a porta do carro e caminhei até a casa dos meus pais. Subi pelo elevador e assim que toquei a campainha meu pai abriu a porta.

Ele estava com um semblante triste, a sua aparência havia mudado muito. Era como se ele tivesse envelhecido muitos anos.

Ele me olhou com um brilho nos olhos, um sorriso se formou em seus lábios e em questão de segundos ele me abraçou e desmoronou em lágrimas.

Nos dois choravamos, eu esperei tantos anos par vê-lo e poder me confortar no seu colo.

Sempre tivemos uma ligação incrível, eu era tão apegada a ele. Mas não pensei duas vezes ao virar as costas pra ele e seguir uma pessoa cegamente.

- Minha filha, me perdoa por tudo. Eu tô com tanta saudade de você, eu te amo tanto minha menina- falou em meio aos soluços.

VICIADA (1° Temporada da Trilogia: Realidade da Favela)Onde histórias criam vida. Descubra agora