Capítulo 16

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Agatha

Chegamos a praça principal da favela, eu não conseguia parar de olhar Luan que encarava tudo com desespero e dor.

Eu não vivi a minha vida toda em uma favela, mas morei tempo o suficiente para saber o que acontece com quem deve drogas e não paga.

Olhei mais uma vez para Luan e notei que boa parte do seu corpo estava ensanguentado, afinal, os vapores da boca arastaram ele desde nossa casa até a praça principal. A sua pele já não era mais a mesma e isso tornava a situação ainda pior, afinal, a nossa pele estava fraca e quebradiça.

Escutei um barulho de várias motos e comecei a gritar pedindo socorro. As lágrimas banhava o meu rosto e enquanto eu pedia mosericordia, as pessoas apenas encaravam toda aquela situação. Alguns tinham celulares em suas mãos tentando filmar o que acontecia, mas não tiveram êxito, já que outros vapores pegavam os celular e os quebravam no chão.

Os meus gritos se tornaram ainda mais intensos, mas era como se ninguém me ouvisse, as pessoas permaneciam em seus lugares e alguns até pareciam que se divertiam com a cena diante dos seus olhos.

Eu estava apavorada. E o pânico aumentou ainda mais quando notei que o dono do moro se aproximava com os seus seguranças.

Eu quase nunca o vi, ele era muito reservado e sempre mandava os seus capachos fazerem as coisas. E se ele estava aqui, a merda ia ser grande.

Olhei para céu mais uma vez suplicando a Deus uma saída, mas nada aconteceu.

Alemão: - Eu estou aqui hoje, por que soube que tem um comédia achando que me passa pra trás - falou enquanto descia de sua moto e as pessoas fizeram silêncio imediatamente.

O dono do morro caminhou em direção a Luan e deu um chute em seu rosto.

Alemão: - Luan, você achou mesmo que eu não ficaria sabendo que você tava roubando de mim ? Roubando da família que te abraçou, que te deu a mão quando você mais precisou? - gritou olhando para Luan que estava caído no chão.

Alemão: - Aqui não tem bagunça não! Quem estiver achando que passa despercebido vai se fuder, eu não sou comédia não, mas você é um vacilão e sabe o que eu faço com vacilão na minha quebrada? - gritou  mas ninguém respondeu.

Luan não respondeu, apenas manteve a sua cabeça baixa. Sabíamos que não havia como evitar o nossos destino, mesmo assim, estar naquela situação era apavorante.

Alemão: - Eu queimo! Mas antes disso vou me divertir um pouco - gritou e começou a dar chutes e socos por todo o rosto de Luan.

O desespero tomou conta de mim e um filme passou pela minha cabeça, arrependimento, medo, culpa, tristeza, solidão... nem todos os sentimentos ruins descreviam a dor no meu peito.

Comecei a gritar e a implorar, gritei com todas as minhas forças, achei que novamente ninguém me ouviria. Até que Alemão me olhou, parou de bater no Luan e me encarou.
Então ele caminhou em minha direção...

Alemão: - e você vadia,  na hora de comprar e fazer dívidas na boca, você não pensou duas vezes. Acha mesmo que eu não sabia a merda de viciada que você é ? Eu vou te matar de forma lenta e dolorosa, quero que você sofra de todas as formas possíveis.

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Gente, será que é o fim para Agatha?

Tenho mais dois capítulos pontinhos para serem publicados, o que acham?

VICIADA (1° Temporada da Trilogia: Realidade da Favela)Onde histórias criam vida. Descubra agora