➢ CAPÍTULO 12

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Jackson me ligava todos os dias, mas eu nunca atendia

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Jackson me ligava todos os dias, mas eu nunca atendia. Ele sempre deixava uma mensagem de voz e eu a apagava. Eu sabia que se ouvisse a voz dele, sentiria saudade, e ele não merecia a minha saudade. Meu cérebro entendia isso, mas meu coração tinha sua própria opinião sobre o assunto. Então, evitá-lo era a melhor opção para mim.

Eu me esforçava para me manter sozinha. Quando ia até a The Silent Bookshop, Jungkook costumava estar lá, mas nós não interagíamos. Ele se sentava no canto esquerdo mais afastado, e eu, no direito.

Às vezes, nossos caminhos se cruzavam enquanto estávamos procurando livros, mas ele parecia ter a missão de não olhar na minha direção; então, eu me esforçava para ficar fora do caminho dele também. Havia alguma coisa nele que me causava uma certa inquietação. O jeito como ele me abordou no mercado foi tão estranho. Ele chegou de maneira agressiva, mas protetora também, tudo ao mesmo tempo, me deixando com uma grande dor de cabeça.

Eu o vi numa tarde junto com Tucker, e Jisoo não estava mentindo — aquilo fez meu coração aquecer. Eu estava passando pelo Kap Park quando Jungkook e Tucker chegaram. O cachorro parecia estar com problemas para andar sozinho, então Jungkook o estava carregando no colo.

Jungkook estava com uma mochila, e quando eles encontraram um lugar ao sol, ele pegou um cobertor e se sentou ali, com seu cachorro. De vez em quando, acariciava o cachorro e dizia “Bom garoto”. Tucker parecia sorrir e abanar o rabo enquanto descansava.

Jungkook cuidava daquele cachorro com muito amor. Eu não sabia que um homem como ele era capaz de ter tanto cuidado com algo. Seu amor era tranquilo, mas, ao mesmo tempo, evidente. O jeito como ele amava Tucker era o jeito como todo mundo deveria ser amado: incondicionalmente.

Quando ele ergueu os olhos e percebeu que eu estava observando, comecei a me afastar rapidamente. Ele não olhava para mim do mesmo jeito que olhava para Tucker.

Quando os olhos de Jungkook encontraram os meus, só vi ódio.


Na noite de sexta-feira, Jen se juntou a mim na livraria, algo que ela nunca fazia, embora tenha estado sempre muito próxima a mim desde a minha volta à cidade, verificando se eu estava bem. Ela não gostava tanto de ler quanto eu, então ficava virando casualmente algumas páginas sentada comigo no meu canto.

— A gente pode ir — sussurrei, observando minha irmã remexer os polegares de tédio enquanto se recostava na cadeira.

— Psiu... — ela me chamou. — O silêncio vale ouro.

Eu ri.

— Você está de saco cheio.

— Mas do que você está falando? Aqui é o melhor lugar do mundo. Livros e palavras, palavras e livros. É incrível.

SHAME - LiskookOnde histórias criam vida. Descubra agora