➢ CAPÍTULO 30

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— Lalisa Manoban! Você pode vir aqui embaixo? — gritou minha mãe na manhã do festival de pêssegos

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— Lalisa Manoban! Você pode vir aqui embaixo? — gritou minha mãe na manhã do festival de pêssegos. Eu ia ajudar na casa dela, assando cupcakes a manhã inteira.

Toda a cidade estava ocupada aprontando tudo, e eu tinha acabado de colocar um vestido vermelho que minha mãe havia escolhido para mim.

Nós não tínhamos conversado sobre nada, e a verdade era que eu estava feliz com isso. Eu tinha certeza de que se nós conversássemos, o resultado seria outra discussão, e eu estava farta daquelas discussões com ela. Eu logo voltaria para Atlanta e para meu emprego como professora. Desse modo, não via motivo para brigar com ela.

Quando desci, minha mãe colocou a cabeça para o lado.

— Ah! É assim que fica no corpo?

— Não comece, mãe — avisei, sentindo todas as minhas inseguranças começarem a surgir.

— Não, não. Está bom. Você está bem.

Então, Jennie entrou na sala e minha mãe levou as mãos à boca.

— Minha nossa, querida, você está linda! — exclamou ela sobre o vestido branco da minha irmã.

Os vestidos eram idênticos, só a cor era diferente.

Jen ficou radiante e deu uma voltinha.

— Não é legal? Nossa, estou muito animada para hoje e para o show de fogos de artifício também. Acho que vamos arrecadar muito dinheiro para caridade.

— Com esse seu lindo sorriso, você vai fazer todo mundo doar dinheiro para nossa causa. Você já escolheu para qual caridade vai querer doar?

Nos festivais do pêssego, a igreja sempre organizava um grande churrasco e uma parada, e todo o dinheiro arrecadado ia para a caridade. Considerando que Jennie era a responsável pela organização do evento, ela podia escolher para onde o dinheiro do evento iria.

— Já — respondeu, olhando para mim. — Eu quero doar para a MISS Foundation — declarou.

Meu coração quase parou.

— Jen... — sussurrei, e ela abriu um sorriso gentil.

— Acho que é importante, sabe? O trabalho que eles fazem. Os valores e o apoio. Isso salva vidas.

Pisquei para afastar as lágrimas e concordei.

Eu sabia por experiência própria como eles poderiam salvar vidas.

A MISS Foundation ajudava famílias que sofriam a terrível perda de um filho. Quando perdi o primeiro bebê, eu os procurei. Quando perdi o sétimo, eles impediram que eu me afogasse.

Eu havia mencionado a fundação para Jennie uma vez muitos anos antes; eu não fazia ideia de que ela ainda se lembrava.

Mas é claro que ela se lembrava. Afinal de contas, ela era a pessoa que restaurava a minha fé na humanidade todos os dias.

SHAME - LiskookOnde histórias criam vida. Descubra agora