━ Os caminhos de Lalisa e Jungkook acabam se cruzando de um jeito inusitado e a tristeza profunda que carregam atrai os dois como ímã. Ambos sabem que não foram feitos um para o outro, mas, como tudo vai acabar mesmo com o fim do verão, resolvem dei...
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— Lalisa Manoban! Você pode vir aqui embaixo? — gritou minha mãe na manhã do festival de pêssegos. Eu ia ajudar na casa dela, assando cupcakes a manhã inteira.
Toda a cidade estava ocupada aprontando tudo, e eu tinha acabado de colocar um vestido vermelho que minha mãe havia escolhido para mim.
Nós não tínhamos conversado sobre nada, e a verdade era que eu estava feliz com isso. Eu tinha certeza de que se nós conversássemos, o resultado seria outra discussão, e eu estava farta daquelas discussões com ela. Eu logo voltaria para Atlanta e para meu emprego como professora. Desse modo, não via motivo para brigar com ela.
Quando desci, minha mãe colocou a cabeça para o lado.
— Ah! É assim que fica no corpo?
— Não comece, mãe — avisei, sentindo todas as minhas inseguranças começarem a surgir.
— Não, não. Está bom. Você está bem.
Então, Jennie entrou na sala e minha mãe levou as mãos à boca.
— Minha nossa, querida, você está linda! — exclamou ela sobre o vestido branco da minha irmã.
Os vestidos eram idênticos, só a cor era diferente.
Jen ficou radiante e deu uma voltinha.
— Não é legal? Nossa, estou muito animada para hoje e para o show de fogos de artifício também. Acho que vamos arrecadar muito dinheiro para caridade.
— Com esse seu lindo sorriso, você vai fazer todo mundo doar dinheiro para nossa causa. Você já escolheu para qual caridade vai querer doar?
Nos festivais do pêssego, a igreja sempre organizava um grande churrasco e uma parada, e todo o dinheiro arrecadado ia para a caridade. Considerando que Jennie era a responsável pela organização do evento, ela podia escolher para onde o dinheiro do evento iria.
— Já — respondeu, olhando para mim. — Eu quero doar para a MISS Foundation — declarou.
Meu coração quase parou.
— Jen... — sussurrei, e ela abriu um sorriso gentil.
— Acho que é importante, sabe? O trabalho que eles fazem. Os valores e o apoio. Isso salva vidas.
Pisquei para afastar as lágrimas e concordei.
Eu sabia por experiência própria como eles poderiam salvar vidas.
A MISS Foundation ajudava famílias que sofriam a terrível perda de um filho. Quando perdi o primeiro bebê, eu os procurei. Quando perdi o sétimo, eles impediram que eu me afogasse.
Eu havia mencionado a fundação para Jennie uma vez muitos anos antes; eu não fazia ideia de que ela ainda se lembrava.
Mas é claro que ela se lembrava. Afinal de contas, ela era a pessoa que restaurava a minha fé na humanidade todos os dias.