━ Os caminhos de Lalisa e Jungkook acabam se cruzando de um jeito inusitado e a tristeza profunda que carregam atrai os dois como ímã. Ambos sabem que não foram feitos um para o outro, mas, como tudo vai acabar mesmo com o fim do verão, resolvem dei...
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— Vai fechar mais cedo hoje? — perguntou Jin, um pouco surpreso. — Você nunca fecha a oficina mais cedo.
— Eu sei, mas tenho planos esta noite.
Ele arqueou uma das sobrancelhas.
— Planos? Com uma mulher chamada Lalisa?
— Não faça isso — pedi.
— Fazer o quê?
— Sorrir.
— Eu sempre faço isso.
— Eu sei, mas é irritante — brinquei.
— Então, vocês dois estão... namorando?
— O quê? Não. Nós somos só.... amigos.
— Amizade colorida.
— Algo do tipo.
— Mas é mais que isso — comentou ele. — Tão mais que isso.
— Seokjin, vou precisar que você cale a boca agora.
— Tudo bem, mas só estou falando que não tem problema você gostar de alguém. Eu sei que você acha que tem, mas não tem. Faz parte da natureza humana.
Franzi a testa e encolhi um dos ombros, enquanto guardava as ferramentas.
— Eu não posso gostar dela, Jin. E, mesmo que eu gostasse, ela vai embora da cidade em algumas semanas.
— E daí? Vá com ela.
Revirei os olhos.
— Até parece.
— Cara, estou falando sério. Saia desse inferno e vá viver sua vida. Mesmo que não seja com Lisa, você pode ir embora deste lugar.
Eu bufei.
— Não é como se eu pudesse deixar o meu pai. O único motivo de eu ter conseguido ir para a reabilitação foi porque você entrou em cena, e eu jamais vou pedir para você fazer isso de novo.
— Cara, seu pai não é responsabilidade sua.
— Eu não vou deixá-lo aqui para morrer. Eu sou tudo o que ele tem.
— Tudo bem, vou parar de falar sobre isso, porque dá para perceber que você está ficando chateado. Só quero que você saiba que o mundo vai continuar a girar mesmo se você for viver a sua vida. Meu ponto aqui é que você tem permissão para ser feliz, talvez mais do que a maioria das pessoas, e acho que a Lisa faz você feliz e que você a faz feliz também.
Engoli em seco.
— Você acha?
— Ela estava pronta para puxar o cabelo de uma mulher que estava falando mal de você. Ela é tão protetora em relação a você quanto você é em relação a ela. Eu nunca vi uma coisa que fizesse menos sentido fazer tanto sentido até olhar para vocês dois juntos.
— Ela é tão... boa.
Ele riu, aproximou-se de mim e me deu uns tapinhas no ombro.
— Você também é. Agora vou dar o fora daqui. Divirta-se essa noite, está bem?
— Valeu. Boa noite.
Ele saiu da oficina e eu continuei arrumando tudo antes de voltar para casa e tomar banho. Eu tinha alugado um terno para o evento porque não tinha nada no meu armário que fosse bom o suficiente para o Baile dos Manoban's.
Eu queria ficar bonito para Lisa. Não queria decepcioná-la. O fato de ela me levar àquele evento, de permitir que eu a abraçasse, era mais do que um pequeno gesto. Ela estava fazendo uma declaração para a cidade inteira de que era livre para viver a vida do jeito que ela quisesse. Eu amava isso e amava o fato de ser eu a entrar de mãos dadas com ela.
Lisa apareceu na minha casa às sete e meia da noite e, quando abri a porta, dei alguns passos para trás.
Ela estava deslumbrante.
Desde os cachos ruivos até o vestido justo prateado, ela parecia uma deusa.
— Uau — ofeguei.
Ela começou a ficar vermelha e eu amei.
— Uau — repetiu ela, olhando-me de cima a baixo. Ela estendeu a mão para mim. — Vamos?
Peguei a mão dela, e caminhamos pelas ruas de Chester. As pessoas nos viram e não nos importamos. As pessoas nos julgaram, mas não ouvimos. Quando chegamos ao salão da prefeitura, todo mundo se virou para nos olhar. Senti os olhares como um soco no estômago e fiquei imaginando o que estariam pensando.
Que eu não era bom o suficiente para estar de mãos dadas com um dos membros da realeza de Chester.
Como eu era simplesmente um aproveitador.
Quando estava prestes a pedir a Lisa para irmos embora, ela apertou minha mão, me tranquilizando.
— Momentos poderosos — sussurrou ela, puxando-me para si.
Ela então aproximou os lábios dos meus e me beijou na frente de todo mundo. Eu retribuí, porque como seria possível não retribuir? Tudo que eu queria era sentir os lábios dela nos meus.
— Momentos poderosos — respondi, enquanto nos afastávamos devagar.
De algum modo, naquele exato instante, a opinião de todos ficou oficialmente nula porque Lisa tinha me escolhido.