➢ CAPÍTULO 23

626 66 14
                                    

Cada dia que passava parecia uma mistura de sonho e pesadelo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Cada dia que passava parecia uma mistura de sonho e pesadelo. Eu via Momo e Jackson quase sempre que saía de casa e, quando não os via, eles ainda passavam pela minha cabeça. Meus pensamentos estavam se esforçando para me destruir, mas os livros e Jungkook proporcionavam ótimas distrações.

Mesmo quando o mundo estava sombrio, as palavras continuavam existindo nos livros. Desse modo, eu sempre sabia que haveria luz à minha volta. Eu costumava imaginar se era por isso que Jungkook lia também — por alguns momentos de luz.

Quando cheguei à The Silent Bookshop, Jungkook estava sentado em seu canto e, quando ergueu o olhar, sorriu na hora, revelando a covinha do lado esquerdo do rosto. Eu esperava que aquilo se tornasse algo regular — ele sorrir para mim.

Retribuí o sorriso e fui para o meu canto. Quando cheguei lá, vi um livro na minha mesa, com um Post-it colado. O livro era O ódio que você semeia, de Angie Thomas, e o bilhete dizia:

Acho que você talvez goste, Princesa.
— Oscar

Passei os dedos pela capa e me sentei para ler pelo que pareceram horas. O jeito como as palavras me atraíam e não me soltavam fazia meu coração bater cada vez mais rápido. Dava para saber que um livro era incrível quando você não percebia que o sol estava se pondo. Fiquei lá até a loja estar prestes a fechar, e, então, passei pelo balcão da frente, onde a mãe de Jisoo, Betty, estava trabalhando.

Ela era muito parecida com a filha, com aqueles mesmos olhos amorosos, e falou comigo na língua dos sinais.

— Você já está aqui há muito tempo. Acho que encontrou um bom livro.

— Muito melhor do que bom. — respondi abraçando o livro, enquanto meus olhos se enchiam de lágrimas. — É uma dessas histórias que fazem você querer gritar e berrar de uma vez só. — Era o tipo de livro que fazia seu coração doer e que mesmo que você quisesse parar de ler para respirar um pouco, preferia virar a página para descobrir mais coisas em vez de parar por algo tão pequeno quanto sua necessidade de respirar.

Jungkook estava certo. Eu estava amando a história.

— Vi quando Jungkook deixou o livro na mesa para você. — mencionou ela. — Vocês são amigos?

— Não. — respondi depressa. — Mas não somos inimigos.

Ela falou na língua de sinais.

Ele é um bom homem.

Ela era a primeira pessoa que falava algo assim sobre Jeon Jungkook.

SHAME - LiskookOnde histórias criam vida. Descubra agora