Intro (1)

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Caminho pelo corredor escuro.
Meu corpo está totalmente arrepiado pela sensação de alguém está me encarando em meio ao breu entre a escada e o outro corredor.
Meus pés quentes pisam no chão frio de azulejos caramelo e continuo seguindo até o final do corredor onde a porta do quarto está entreaberta e consigo vê a luz do abajur acesa.

-Mãe? -chamo de forma calma, mas minhas mãos estão trêmulas e meu coração é tudo o que consigo ouvir martelando em meus ouvidos.

Abro a porta com calma, sentindo minhas mãos começando a suar frio.
Olho seu corpo sobre a cama grande de casal, os lençóis a cobrem e ela tem uma expressão serena no rosto.
Caminho até a ponta de sua cama, puxando um pouco o lençol, encontrando sua mão, e a segurando.
Ela está gelada.

-Mãe? -chamo mais uma vez.
Um nó entala em minha garganta e minha respiração está descompassada.
O volume dos meus batimentos cardíacos só aumentam em meus ouvidos.

-Mãe? Acorda mãe!! -exclamo alto.
Ela não se mexe.
Grito com todas as forças mas não consigo ouvir minha voz.

O sol brilha forte em meu rosto, abro os olhos me sentindo tonto. Encaro o meu teto cor marfim e suspiro.
"Um pesadelo..."
Penso um tanto aliviado, mas agonia permanece em mim.
Meu coração está acelerado e minhas mãos realmente suam frio.
Sento com calma na cama, esticando a mão pra pegar meu celular na mesinha ao lado da minha cama, onde meu notebook fica.

'Bom dia meu anjo!'

Ela diz assim que atende e deixo meu corpo leve na cama.
Meu coração volta a bater normalmente.

'Yoon, filho, você tá bem?'

Sorrio por ouvi-la.

'Sim, só um pesadelo... Tinha que saber se estava tudo bem com você!'

Digo um pouco sem graça, ela suspira do outro lado da linha e ouço seu sorriso.

'Quer conversar comigo sobre?'

'Não, tudo bem, eu só queria saber de você!'

Ela sorri novamente.

'Tudo bem, então eu vou desligar aqui, a gente conversa mais tarde, okay?'

'Tudo bem mãe, até mais tarde!'

'Se cuida, anjo!'

Sorrio com seu apelido.

'Mãe, eu te amo'

'Também te amo bebê!'

Ela diz e desliga.

Encaro o relógio do celular, dez da manhã.
Coloco o celular de volta sobre a mesinha e levanto, abro o restante da cortina, deixando o sol entrar no quarto e sigo para a suíte.
Observo meu rosto no espelho, minhas olheiras um tanto aparentes, minha palidez mórbida, minha magreza e meus cabelos castanhos amassados.
Meus olhos estão um pouco vermelhos devido a noite mal dormida.
Encaro a cor branca que se estende dentro do banheiro composto de seus vários azulejos e suspiro.

Lavo o rosto e escovo os dentes.
Então sigo de volta ao quarto.
Vou até meu guarda-roupa branco com porta de correr e de lá tiro uma camisa social branca, um blazer azul escuro e a calça do conjunto também azul escura.
Me visto sem muita cerimônia, sem me demorar e coloco os sapatos sociais pretos.
Volto para a suíte e ajeito o cabelo, puxando a franja pra frente, deixando ele menos bagunçado.
Encaro a grande bagunça que sou e então:
"Vermelho
Azul
Verde"
Penso.

Saio da suíte e sigo para a cozinha.
O bom da minha casa sempre foi o fato de ser pequena e não ter tantos corredores.
Sala conjugada com a cozinha, onde tem um sofá preto em L, um tapete bege, que era branco, no chão, uma TV, alguns jogos, na cozinha o fogão e a geladeira em cor branca, os armários embutidos de cor marfim, a lavadora de pratos, as paredes todas em tom azul pastel, o banheiro das visitas com tom amarelo pastel e meu quarto, que contém uma cama, o guarda-roupa, a mesa do notebook e a suíte.
Prático e simples.

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