Out the Roof (8)

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Com ajuda do frentista peguei a moto de Jimin depois que ele perguntou se eu era namorado dele e eu simplesmente afirmei com toda naturalidade do mundo.
Jimin estava apagado ainda bem, não ouviu nada.
A caminho da casa dele, ele estava apagado e foi complicado dirigir com ele amarrado, literalmente, ao meu corpo na parte de trás de sua moto.
Amarrei com meu casaco, foi o jeito.

Chegamos ensopados.
Enchi a banheira d'água quente e consegui faze-lo acordar, meio atordoado.
Estou esperando ele sair do banheiro.
Estou morrendo de frio, meus dentes batem uns nos outros e meu corpo está arrepiado.

Ele sai com uma camisa vermelha e uma calça branca que separei pra ele.
Os cabelos molhados estão pra trás.
Ele está meio tonto porque anda cambaleando, talvez esteja um tanto bêbado.

- Você precisa... parar de vir na minha casa... - reclama apontando pra mim.
Sua casa era mais próxima que a minha, e eu queria que ele se sentisse seguro.

- Eu posso tomar um banho agora? - questiono. Ele apenas assente e entra em seu quarto.

A banheira está com água nova, tem uma roupa pra mim e uma toalha.
Entro na banheira e deixo meu corpo relaxar sob a água quente, não me demoro muito embora fosse bom se eu pudesse ficar uns minutos no silêncio dentro d'água, mas não posso ficar.
Saio da banheira me sentindo mais relaxado e retiro o tampão para esvaziar.
Me visto com uma camisa cinza, um moletom preto e uma camisa de frio por cima azul royal.

- Por que estava lá? - ele me encara com o rosto adormecendo.
Deixo a toalha sobre o encosto do sofá e me sento próximo a ele que está na ponta do móvel.

- Eu fiquei preocupado. Soobin comentou que Yongbok estava tentando mesmo saber onde você estava e eu descobrir onde você estava da última vez que conseguiu dá um perdido em Soobin, decidi verificar... - digo a verdade. Ele suspira e coloca seu rosto entre as mãos.

- Ele nunca vai me deixar em paz... - ele fala abafado e sinto exaustão em sua voz.

- Ele deve parar por um tempo, Soobin não pretende ajudá-lo... - digo afagando suas costas em apoio, mesmo sem saber quando foi que minha mão parou em seu corpo.
Ele levanta o olhar pra mim apoiando o queixo nas mãos.
- Por que estava deitando naquele lugar? Pode ao menos me dizer? - ele desvia o olhar do meu e se afasta um pouco mas não tanto a ponto de tirar minha mão de suas costas.
- Eu pensei que estivesse inconsciente ou pior...

- Eu... costumo visitar o túmulo do meu pai com frequência. É isso. - ele fala ríspido.
- Eu sei que é bizarro mas as vezes eu durma lá, principalmente porquê eu não consigo dormir normalmente... me sinto em paz lá. - ele conta e dessa vez sua voz é triste e pesada.
Sinto dor no tom de sua voz e esse tom atinge em cheio meu amago.

- Eu entendi, não acho bizarro. A realidade é dura muitas vezes então eu entendo. - digo dessa vez afagando levemente seu ombro. Ele me encara novamente e seus olhos estão marejados.

- Eu sinto tanta falta dele... - murmura colocando as mãos na boca como se pudesse controlar sua voz ou seu choro.
Abro meus braços pra ele e ele enterra seu corpo contra o meu, segurando minha cintura como quem se segura a uma boia num rio fundo.

- Eu sei... sinto muito, se eu pudesse fazer algo... - digo pensando em voz alta sem querer.
Ele me aperta contra si e chora.

Ficamos assim por alguns minutos, ele não fala nada e eu não pergunto.
Não sou a melhor pessoa quando se trata de pessoas chorando, eu acho, não fico querendo saber porquê a pessoa tá chorando, apenas deixo que chore pois na minha visão todo sentimento é válido mesmo que eu nunca tenha me sentido igual, não quer dizer nada.

- Você, pode dormir aqui hoje? Sei que precisa voltar pra casa, mas, eu não quero ficar aqui sozinho, tem sido sempre assim e é tão difícil de suportar... por favor... - ele não me encara enquanto fala, ainda está com o rosto em minha barriga e os braços ao redor da minha cintura, está praticamente deitado sobre mim.

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