Numb to the feeling (17)

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Minha visão sente a claridade e então abro os olhos totalmente.
Sinto um calor interminável nas mãos, como se eu estivesse sendo cozido vivo.
Então lembro do que aconteceu.
Sento de vez e me encontro em um hospital.
Tudo é na cor branco e azul claro.
Já é de manhã.
Pela janela vejo o sol brilhando lá fora, há uma área arborizada, mas parece mesmo uma floresta.
Minha mochila está no chão, meu celular e carteira assim como as chaves estão sobre a mesinha.

Minhas mãos estão enfaixadas.
Me sinto meio tonto.
Não tenho como me ver no espelho, mas devo estar um caos.
Machucado e bagunçado.

- Senhor Min, que alívio está acordado! - uma médica entra.
- Sou a doutora Jihyo, estou cuidando de você desde que chegou pela madrugada!

- Qual o estado das minhas mãos?

- Olha, foram algumas queimaduras de segundo grau e outras quase de terceiro. Fizemos o possível pra salvar suas mãos. - o que ela diz me faz perder o fôlego.

- Eu vou ficar com alguma sequela nas mãos? - ela suspira e prevejo um grande desastre.

- Senhor Min, a maioria das queimaduras de terceiro grau deixam cicatrizes nas mãos. Claro que podemos usar pomadas para amenizar os danos. - ela dá uma pausa. Concordo com a cabeça para que ela prossiga.
- Quando você chegou aqui na emergência realizamos o procedimento de desbridamento em algumas partes da sua pele.

- E isso ajuda?

- Ajuda. O desbridamento é um tipo de limpeza de partes prejudiciais, digamos assim, e ele ajuda a amenizar a dor de queimaduras apartir do segundo grau. Limpamos seus ferimentos e tiramos as peles mortas. Você pode ficar com cicatrizes nas partes mais afetadas. Mas no seu caso, sua mobilidade não será afetada, se é isso que lhe preocupa! - ela sorri e eu solto todo ar que estava prendendo inconscientemente.

- Sou pianista, trabalho com isso, não posso perder a mobilidade dos meus dedos... - murmuro. Ela assente, parece compreender meu lado.
- Em quanto tempo eu devo me recuperar?

- Você vai ter que descansar, trocar os curativos todos os dias e devo lhe antecipar geralmente é algo doloroso. Vou receitar analgésicos pra amenizar suas dores e pomadas para cicatrização. - continuo encarando seu rosto. Estou impaciente, mas preciso ouvir todas as informações.
- Em três semanas você deve estar bem, como eu disse anteriormente, não foi tão grave, pelo menos não a ponto de termos que fazer enxertos. Você vai ficar bem!

- Certo. E quanto tempo preciso ficar aqui?

- Provavelmente você será liberado a noite, só precisa tomar soro e descansar mais. - ela observa seu relógio de pulso.
- Agora, vou trazer sua visita.

- Visita?

- É, há várias pessoas que se importam com você na sala de espera. Eles ficaram a madrugada inteira aqui, mas só posso deixar um entrar por vez. - estou impressionado com isso.
Apenas sorrio pra ela enquanto a observo sair.

Estou nervoso.
Não sei se Jimin vai passar pela porta, não sei o que direi a ele.
Minha mente fica aliviada quando Yongbok quem entra pela porta.

- Você tem cinco minutos! - a doutora sorri e sai.

Ele está de moletom preto e Crocs verde. Nunca pensei que o veria com esse estilo de roupa.
Ele se aproxima puxando a poltrona.

- Desculpa não ter percebido o que aconteceu. Pensei que não chegaria a tempo... - ele suspira e passa as mãos pelos cabelos.
Ele está com cara de cansaço.

- Você conseguiu, muito obrigado!

- Agora você sabe que eu não estava com ela. - ele diz com um falso desdém. Sorrio.

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