19. A Luta das Mulheres

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Valência e as suas mulheres estavam prontas para o ataque, a questão era que não sabiam onde atacar. Valência enviou muitas cartas para Regina para tentar agendar reuniões em nome da rainha, mas foram em vão. Ninguém sabia onde estava Aracnia e ninguém falava do Artefacto.

A sua única solução era atacar o Reino da Teia, deixar a rainha em cheque e saber aquilo que precisava. A Rainha não lhes dera o consentimento, portanto, se fossem atacar teria de ser de forma anónima. Por isso, o mais importante era entrar no reino despercebida. No entanto, o cabelo avelã de Valência em contraste com os cabelos dourados da maioria das mulheres da sua equipa dificultavam muito a tarefa.

Pensou que a sua mãe iria autorizar o ataque público, mas ela recusou. Queria evitar a guerra a todo o custo e até queria que Valência parasse os esforços de recuperar o Artefacto. Valência ficou irritada com a atitude compassiva da mãe. O Reino da Teia recusava vender o minério, as transações comerciais, e ainda dava provocações no dia da colheita... Estava fragilizado e tinha o Artefacto! Já não era altura para ataques na penumbra!

Apesar de não concordar com a posição da mãe, Valência preparou aquela equipa de mulheres para lutarem com ela. Kenji treinou as mulheres, sabia perfeitamente como entrar no Reino da Teia à noite sem qualquer dificuldade, afinal era uma ninja. Após longas reuniões finalmente chegaram a um plano.

Infiltraram-se no Reino da Teia, adormecendo os guardas do posto de vigia. Kenji tinha umas caixas com ervas que só o cheiro adormecia qualquer um. Havia rumores entre a equipa que ela tinha roubado o segredo ao povo da floresta. Valência ria-se da imaginação das suas companheiras.

Uma vez dentro das muralhas, viram as casas de barro e palha que se alongavam até um castelo construído de pedra negra e cinza que era muito mais resistente do que as casas que o cercavam. Por trás do Castelo, começava um deserto de areia cinza até perder de vista, onde existiam as Minas, que não eram visíveis dali. Valência e as suas companheiras correram ao Castelo, receando encontrar muitos guardas ou que fossem descobertas. No entanto, o Castelo não estava protegido. Tinha apenas quatro soldados que facilmente imobilizaram com as ervas de dormir. Dentro do Castelo, o mais difícil foi encontrar o quarto onde Regina dormia. Valência assumiu que fosse o mais guardado. No entanto, todos os quartos pareciam guardados com dois soldados, o que tornava o ataque mais complicado. Juntando todas nas escadas, planearam um ataque em conjunto, um por cada soldado. A sorte estava do lado delas, porque mal espreitaram outra vez viram um soldado a dirigir-se às escadas. Foi imobilizado com um golpe na nuca rapidamente. Depois, na penumbra da noite e das velas que iluminavam o longo corredor, as mulheres usaram as técnicas ensinadas por Kenji. Valência, sentiu-se mal por ser a única deixada a vigiar as escadas por não as ter aprendido.

Logo após imobilizarem os soldados, Lídia veio avisá-la que tinham encontrado Regina, que dormia com dois homens na cama. Valência abriu a boca de exclamação, mas depois logo a fechou. No Reino da Teia não deveria ser estranho, afinal as mulheres tinham mais do que um marido... Mesmo assim, algo dentro de si ficava chocada e imaginava como os homens se sentiriam numa situação daquelas. Abanou a cabeça como se sacudisse estes pensamentos e seguiu pelo corredor orientada por Lídia.

Quando chegou ao quarto com a ponta da espada, pediu para os homens saírem. Eles estavam todos arranhados e com negras. Ficaram felizes pela possibilidade de fuga. No entanto, não foram muito longe. As soldadas prenderam-nos para não poderem dizer a ninguém o que acontecia.

Quando Valência acordou Regina, que ficou bastante assustada com a enorme espada à sua frente. Ela não conseguia ver a cara de Valência porque ela tinha escondida com um lenço e um capuz. Valência compreendeu que ela não a conseguia a reconhecer. Ficou feliz porque assim era muito mais fácil. Valência fez a voz forte para que ela não a pudesse reconhecer:

O Reinado das Mulheres (RASCUNHO)Onde histórias criam vida. Descubra agora