Uma mulher que perdeu tudo devido aos homens da sua família, sobrevive a fingir que é homem até ao dia em que descobre um artefacto que vai mudar o mundo para sempre...
Dois séculos mais tarde, um homem injustiçado que procura o artefacto para fazer...
Alice ficou perdida em pensamentos, memórias e raivas contidas durante vários anos. Ela não teve tempo de responder quando a voz voltou como se vinda de outro mundo:
– Desejo concedido. A partir deste momento os homens não poderão forçar as mulheres a nada e estarão sob o seu comando. Aconselho a manter este objeto seguro para que esta ordem não se altere.
Alice ficou chocada. As palavras que aquele objeto havia referido estavam certas. Ela nunca reconheceu, para si mesma, que aquele era o seu desejo, mas ao ouvir aquela voz sombria, algo no seu coração reconheceu como certo, mesmo que nunca tivesse sido pronunciado. Sem se conseguir mexer sentiu os seus olhos a humedecer e durante várias horas chorou até conseguir secar as lágrimas que teimavam em arder-lhe nos olhos.
Por fim, decidiu sair dos confins daquela gruta e testar se o artefacto fizera alguma alteração nos homens e no mundo.
Chegada à estrada viu um homem a conduzir uma carroça. Estava cansada e ferida de tanto escalar as pedras da gruta. Aquela gruta era um antigo vulcão, desativado ou assim parecia, muitos homens não iam para lá com medo da fúria de Deus. O chão era tão irregular quanto as paredes e teto da gruta, talvez fosse mesmo para Deus castigar os homens que se atreviam a tocar no seu artefacto. Só poderia ser uma força sobrenatural ou oculta que faria tal artefacto, não é? Isto se ele funcionasse... Não que acreditasse muito em Deus, mas dava-lhe o desafio da dúvida se aquele artefacto funcionasse. Pelo menos tinha o encontrado. Devia pelo menos valer um bom dinheiro. Fez sinal para o homem da carroça parar, no entanto, ele não parou. Seguiu ignorando-a completamente. Ela pensou «Tch! Este artefacto não faz nada!»
Caminhou mais por algumas horas, aguentando amargamente as suas dores. Depois viu um cavaleiro a vir na sua direção. Era um nobre, bem-vestido que deveria estar de passagem. Disse como se a gozar por se considerar tola por acreditar que o artefacto realmente poderia dar resultado «Eu ordeno que pares e dês-me boleia!» O cavaleiro forçou a paragem do cavalo que se levantou com a súbita ordem. O cavaleiro, de cabelo dourado e olhos cor de mel, perguntou-lhe:
– Quer boleia, amigo?
– Sim! Agradeço-lhe muito, estou cansado e tenho dores.
– Qual é o seu nome?
– O meu nome é António e o do senhor?
– O meu nome é Carlos – disse a apoiá-la com a mão para a parte de trás do cavalo – o que faz por estas partes?
– Vim à procura de um tesouro.
– O tesouro do vulcão, não me diga! — surpreendeu-se Carlos – tem sorte em estar vivo!
– Sim, mas foi difícil sair de lá! – gritou Alice orgulhosa com a voz mais forte que conseguia – não é para qualquer um!
– Sim, é a primeira pessoa que encontro que conseguiu sair de lá! Encontrou o famoso tesouro? – perguntou Carlos, demasiado curioso para o gosto de Alice.
– Não – mentiu Alice – procurei e voltei a procurar, mas nada!
– Calculei! – suspirou Carlos – é apenas um embuste que leva os melhores guerreiros para a morte. No entanto, conseguiu sair vivo! Gostava de o contratar para as minhas tropas! – afirmou entusiasmado.
– Obrigado, senhor, mas agora não posso preciso de recuperar-me desta gruta! – respondeu Alice a pensar que as coisas se complicavam.
– Tenho a certeza que irá mudar de ideias, António. Eu pago bem às minhas tropas, cerca de cem moedas de ouro. Pense nisso!
Alice ficou em silêncio, não querendo falar mais sobre o convite, enquanto sentia o artefacto no bolso interior do seu casaco a pressionar a sua pele. Teria que planear bem como o iria testar e como poderia utilizar para fazer justiça no mundo ou pelo menos vendê-lo ao custo do seu esforço. Estava ainda a pensar nisso quando chegaram à vila mais próxima. Carlos queria levá-la para a sua cidade, Metropolitana, mas Alice recusou firmemente. Por fim, Carlos rendeu-se e deixou o convite para se um dia mais tarde ela quisesse aceitar, era só ir ter com ele.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Olá, queridos leitores e leitoras!
Este capítulo ficou curtinho, por isso, resolvi acrescentar um pouco da história, espero que gostem. :)
O desafio mantém-se para lerem mais desta história, este capítulo chegar aos 10 votos, só então, publico um capítulo novo ;)
Muito obrigada pelos comentários e leituras! <3 :)