ARABELLA

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O nosso final de dia foi tranquilo, um pouco arrastado pela melancolia que Joseph ainda carregava, mas eu o entendo

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O nosso final de dia foi tranquilo, um pouco arrastado pela melancolia que Joseph ainda carregava, mas eu o entendo. Mesmo que não me afete, ainda, ele sente uma parcela de culpa nisso. E com toda a minha explicação sobre não estar me sentindo mal com aquilo, não mudou muito coisa.

Voltamos ao hotel e decidimos ir ao bar, que também ficava na cobertura do prédio. Para mais uma vez apreciar o pôr do sol e toda a sua riqueza.
Joe não falou muito durante aquele meio tempo, apenas curtimos o lugar e a bebida, que por sinal era maravilhosa, para alguém pouco acostumada com álcool, eu me saí bem, sem qualquer tontura ou tropeço na volta para o quarto.  Após tomar um banho quente, senti meus músculos suplicarem por descanso, eu caí na cama com um bebê e dormir como tal, durante toda a noite.
Na manhã seguinte, acordei com a voz rouca de Joseph que falava com alguém na sala de estar do quarto, de forma alegre ele agradeceu antes de fechar a porta fazendo um grande barulho. Esfreguei os olhos, sentindo ardência nas pálpebras ao lhes abrir de imediato, olhei em volta não encontrando muita claridade no lugar, apenas alguns fechos que luz escapavam da grande cortina. Senti minha bexiga pesar e antes da silhueta de Joe atravessar a porta eu já estava no banheiro, totalmente desesperada por alívio ali. Aproveitei para fazer minhas higienes e lavar o rosto, que por algum motivo estava terrivelmente oleoso.
Me arrastei de volta para a cama, jogando-me nela totalmente preguiçosa após deixar a casa de banho. O ar frio em contato com o meu rosto recém lavado e minhas mãos ainda úmidas, fizeram o meu corpo estremecer, me aninhei às cobertas afim de esquentar o corpo novamente, quando a porta do quarto foi aberta e a sombra masculina preencheu o espaço a minha frente.

Joe caminhou com cuidado até a ponta da cama, um largo sorriso estampou o seu rosto quando eu o olhei com preguiça, ele sentou-se ali, na altura dos meus pés e respirou fundo.

— Você dormiu bem? — Sua voz calma foi como uma carícia ao meu consciente, onde a pequena Arabella se desmanchou.

— Sim — Respondi me aninhando ainda mais ali, sentindo as pontas dos meus dedos gelados e contraste como o tecido ainda morno, aquecido pelo meu próprio calor — Que horas são? — Perguntei olhando em volta, à procura de algum relógio no cômodo, mas não havia.
Joe fez o mesmo movimento como se quisesse entender o que eu estava procurando, afinal.

— Considerando os minutos desde que olhei o relógio da última vez, deve ser dez e vinte, ou algo assim — Ele deu de ombros.

Suspirei pesadamente, sabendo que havia perdido uma boa manhã, e que ela poderia ter sido aproveitada de outras formas.

— Eu estava vindo te acordar — Ele disse, sua boca se tornou uma linha fina, e havia um pouco de timidez em sua voz.

Talvez ele tenha se sentido incomodado por eu ter dormido até mais tarde.

Ah — Totalmente envergonhada, foi a única coisa que saiu da minha boca.

diary • joseph quinn Onde histórias criam vida. Descubra agora