Eu já não me lembrava o som da minha própria risada, desde que minha vida se tornou o inferno que conheço eu não sentia o formigamento no maxilar por rir demais, ou a dor no estômago por não conseguir parar. Mesmo com Olívia, nunca tivemos momentos assim, não nego os momentos felizes que tive ao lado da minha amiga, eles são a nossa melhor parte. Mas eu nunca tive crise de risos ao seu lado, eu estive submersa em minha crise existencial para poder me permitir isso. Não que eu esteja fora dos meus problemas agora, acho que eles sempre caminharão comigo, mas nos últimos dias tenho me sentido um pouco melhor.
Não achei que viajar me faria esquecer um pouco do que vivo, mas confesso que conhecer lugares novos e pessoas diferentes tem me feito querer mais, algo que era quase impossível de se imaginar algumas semanas atrás. Pois apenas o pensamento de sair da cama me dava dor de cabeça.
— Podemos marcar algo novamente — Um dos amigos de Joe, o mais falante sugeriu — Antes de irem embora — Seus olhos percorreram quase todos ali na mesa.
Olhei para as pessoas em volta, nenhum ali era residente do lugar, apenas o grande amigo que havia sugerido e convidado para o primeiro jantar.
— Eu adoraria — Jamie foi o primeiro a dizer, seguido de companheira e todo o resto da mesa, exceto, Joe e eu.
O que por sua vez, fez com o que nos olhassem esperando qualquer esboço. Sorri sem dentes e olhei para Joe, esperando sua resposta. Não que ele tivesse que responder por mim, mas se ele quisesse eu acompanharia, novamente.
— Por que não? — Joe disse simplesmente, dando de ombros. Assenti com a cabeça quando olhos se puseram sob mim.
O restaurante era perto o suficiente do hotel para que caminhássemos de volta ao prédio, acompanhados pela lua que iluminava a linda noite de Roma.
Não havia tanta gente naquele horário pelas ruas, o que me reconfortou, deixando-me menos alerta a qualquer pessoa que pudesse me olhar torto por estar ao lado de alguém suficientemente famoso, como presenciei hoje.Joe ainda carregava meus sapatos, não consegui andar mais de cem metros de volta para o hotel. Saltos agulha nunca foram os meus preferidos, nem os melhores para os meus pés gorduchos. O homem passou por mim deixando seu rastro de fumaça quando parei para me recuperar da tontura repentina, agarrada a um pequeno poste que iluminava a rua. Sorri da minha própria estupidez ao quase cair, fazendo Joe parar alguns passos à frente.
— Estou bem, só preciso de um segundo — Sorri tentando passar confiança, mas recebi uma risada acompanhada de um trago e aceno de cabeça.
Respirei fundo, agradecendo por ter tirado os saltos a caminhar, chegando ao lado de Joseph que me olhou antes de sorrir novamente. É óbvio que ele acharia graça, minha capacidade de ficar bêbada com algumas taças de vinho era de fato engraçada.
Na manhã seguinte, fomos acordados pela claridade nada amigável que invadiu o nosso quarto. Eu quis morrer por ter esquecido as janelas abertas, mas eu se quer tomei um banho antes de cair na cama e apagar do jeito que estava. Lembro de ter tido uma crise de risos no elevador e do rosto confuso de Joe, talvez ele estivesse me achando louca e se amaldiçoando por ter me chamado para essa viagem.
Eu não consegui mastigar no café da manhã, não engoli nada além de um bom café forte. Tentei me manter bem aparentemente na frente de Joe, que pareceu ter acordado melhor do que nunca, eu estava muito cega no dia anterior, ou o homem estava ainda mais bonito naquela manhã.Seus cabelos enrolavam-se em pequenos caracóis alinhados para trás, ele usava óculos – o que lhe deixava ainda mais atraente – enquanto lia algo em seu laptop, debruçado sob os cotovelos em frente a pequena mesa na varanda do quarto. Sua camiseta fina e calça moletom lhe dava algum tipo aparência jovial.
E eu, estava encolhida na cama.
Apreciando a aparência do homem com quem dividi a cama nos últimos dias, e mesmo que eu tenha gostado de tudo o que aconteceu aqui, eu sinto algum tipo de peso sob os meus ombros, como se o que eu tivesse feito, ou melhor, o que nós fizemos aqui, fosse um erro, da minha parte.
E tem me deixado envergonhada, de certa forma, eu não tive coragem para contar a Olívia sobre qualquer coisa a respeito, e ela também não perguntou nada sobre, o que me deixou menos desconfortável em nossa última conversa.Mas não há nada pior do que os nossos próprios pensamentos, matando-nos de dentro para fora.
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Oi, quase dois meses sem atualizar. Peço perdão por toda a demora, mas não estou bem nessas últimas semanas, sigo no automático. Mas para escrever eu preciso de mais do que isso.Peço perdão também pelo capítulo pequeno nada caprichado.🤍
Obrigada por ler 🤎
(capítulo não revisado, ignorem os erros)
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diary • joseph quinn
FanfictionJoseph acabou esbarrando em uma pequena garota. Essa garota deixou algo cair, como estava com pressa acabou não notando. Joseph o levou para casa e começou a lê-lo por curiosidade. Ao ler a última pagina, descobriu que aquela garota estava indo se s...