ARABELLA

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— Por isso você não me ligou antes? — Perguntei semicerrando os olhos, Joe segurou a porta para que passasse primeiro

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— Por isso você não me ligou antes? — Perguntei semicerrando os olhos, Joe segurou a porta para que passasse primeiro.

Ele sorriu sem mostrar os dentes me observando passar na sua frente.
— Sim — Ele então me seguiu, fechando a porta atrás de si. — Estava com pressa, queria chegar antes de vocês.

— Quando vocês planejaram isso? — Perguntei curiosa.

— Hoje pela manhã, consegui o número dela e então pedi uma dica. — Lhe entreguei seu copo de café — Eu sugeri a maior parte das coisas, Olívia considerou tudo muito "brega" — Ele disse imitando o jeito que a loira fala. — No final, não fiz nenhuma delas. Mas, eu espero que tenha gostado das flores.

Olhei para o homem que sorria de canto, bati meu ombro ao seu lado, que por sinal não chegava nem perto dos seus. Joe sorriu ao ser empurrado para o lado.

— Eu adorei — Sorri para ele, que voltou a caminhar no mesmo ritmo que eu. — De verdade.

Joe sorriu voltando seu olhar para frente.
O final da tarde estava tão frio, que as roupas não estavam sendo o suficiente para aquecer perfeitamente o meu corpo, as pontas dos meus dedos estavam tão geladas em torno do copo de café que eu estava quase desistindo de segura-lo, para poder enterrar as mãos nos bolsos.

Joe pigarreou antes de dar um gole em sua bebida.
Ainda caminhando em direção ao parque nacional, o homem tentava me fazer lembrar o dia em que nos esbarramos. E me impressiona que eu me lembre tão pouco, deixando somente a parte ruim da data brilhando em meu cérebro.
Tomo um gole da bebida em meu copo, sentindo o choque térmico na ponta dos lábios, e o vapor que saia do pequeno buraco fez meu nariz ficar úmido imediatamente.

— Você se quer olhou para trás, quando chamei — Ele disse quando terminou de explicar o seu ponto de vista da situação embaraçosa.

Aquilo estava quase como um sonho perdido em minhas memórias, me fazendo enxergar apenas fragmentos do acontecido. Eu lembrava do seu rosto e de ter esbarrado nele, mas não lembro de ouvi-lo ou de quando o diário caiu.
Estava tão preocupada em acabar com tudo de uma vez, que se quer notei ter passado por seus seguranças, nem do que se tratava toda a aquela multidão.

— Aquele dia foi — Dei mais um gole pensando na palavra certa — Fodido.

A expressão no rosto de Joe foi como uma resposta sincera de alguém que compreendia. E talvez ele soubesse realmente o que senti, ele leu todas as minhas palavras e sentimentos daquele dia.

Continuamos a caminhar para mais fundo do parque. O cheiro das árvores e grama úmida me trazia um sentimento reconfortante, eu diria que era algo como estar em casa. Sentamos em um dos bancos em frente ao lago, a madeira fria fez o meu corpo estremecer com o contato.

diary • joseph quinn Onde histórias criam vida. Descubra agora